Isquemia

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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F. isco + gr. haîma, Sangue + ia.
Deficiência localizada do suprimento de sangue, decorrente da interrupção de sua passagem pelas artérias que irrigam determinado território. Tal interrupção pode ter Causa funcional – Espasmo – ou orgânica e, neste caso, ser aguda ou crônica. O Processo isquêmico consiste, na intimidade, na Deficiência de perfusão tecidual, determinando um déficit de Oxigênio para a Célula o que faz ativar a catepsina existente em seu interior e que leva à Autodigestão. Esta, tornando-se cumulativa, vai progressivamente produzindo lesões irreversíveis do Tecido ou do Segmento corpóreo. A Isquemia devida ao Espasmo tem Caráter transitório. É comumente desencadeada pela exposição das extremidades ao frio. Tem Caráter Reflexo e pode aparecer também em áreas protegidas desde que outras tenham recebido golpes de ar frio. A emoção, o fumo, certos Medicamentos são outros fatores desencadeantes e, o mais das vezes, agravantes do quadro clínico dos que têm arteriopatias funcionais. A repetição do quadro espástico cada vez mais freqüente, com intensidade progressiva através dos anos e cada vez mais duradoura, é fator para desencadear o aparecimento de lesões tróficas da Pele. Inicialmente, enfraquecimento e perda dos fâneros, atrofias dos Dedos e no final pequenas necroses. A Isquemia aguda decorre da súbita interrupção da passagem de Sangue por uma artéria, causando déficit de oxigenação do Tecido por ela irrigado. A Etiologia costuma ser, na ordem decrescente de freqüência: embolia, trombose, Arterioespasmo tromboflebítico, Traumatismo e Compressão extrínseca no foco de Fratura. A Sintomatologia resultante vai depender do Órgão ou Segmento afetado, das condições circulatórias preexistentes, como por exemplo, a Circulação colateral natural neoformada por Isquemia crônica antiga, e da aptidão devida a Atividade física prévia. Compreende-se que uma Embolia que se instale em um idoso pode ter menos conseqüências do que o Equivalente em jovem sedentário, sem Circulação colateral. A Isquemia crônica tem múltiplas causas que levam à Estenose ou Obstrução arterial, sendo a principal delas a Arteriosclerose que, por essa característica, é comumente chamada de obliterante. Não podem ser olvidadas as variações ou anomalias anatômicas que podem determinar compressões em artérias de grande calibre, como por exemplo, a chamada Síndrome do Desfiladeiro e outros mais raros. Manifestação mais freqüente da Arteriosclerose é, entretanto, a Lesão da Artéria caracterizada pelo Aumento da espessura da parede, avançando para dentro, de tal Forma que a luz vai diminuindo, forma-se a Estenose e, nos casos mais avançados, total Obstrução. A Isquemia tem manifestações variáveis na Dependência da intensidade da Oclusão da luz do vaso e da extensão em que a Lesão atinge a artéria, interrompendo a passagem de Sangue pela Circulação colateral que, se preservada, muitas vezes compensa as necessidades circulatórias do Segmento. A evolução natural dessas lesões é para a Obstrução total, pela Trombose.
___ encefálica, termo genérico que indica as conseqüências da Insuficiência arterial encefálica em suas várias modalidades. (Ver: Insuficiência Vascular encefálica)
___ funcional, espasmo.
Manifestação transitória devida a Espasmo da Artéria. Desencadeada pelo frio, emoção, Fumo e certos Medicamentos. Sua constância por mais de dois anos caracteriza Doença arterial funcional. Agrava quadros clínicos crônicos. Nos membros, a repetição freqüente e duradoura ao longo dos anos pode causar Lesão cutânea dos Dedos.
___ mecânica de Bürger, Fenômeno isquêmico desencadeado pela elevação do Membro nos portadores de trombangiite obliterante.
Foi descrita por Bürger em 1924. (Ver: Prova de Bürger)
___ mesentérica, denominação usada para indicar Insuficiência da Artéria mesentérica. Ver: (Angina abdominal)
___ orgânica, nesta circunstância, tem duas alternativas: aguda ou crônica.
___ renal, a Isquemia renal crônica produz geralmente a Hipertensão arterial que, por ter essa etiologia, é denominada renovascular. A Incidência de Hipertensão arterial entre a população em geral é da ordem de grandeza de 10%, mas, aumenta com a Idade chegando a atingir a casa dos 40% na faixa etária compreendida entre a quarta e quinta década de vida, coincidentemente no mesmo Período em que a Arteriosclerose também aparece com mais freqüência. Esses motivos são suficientes para que se entenda a existência de um grupo de pacientes em que a Lesão arteriosclerótica estenosando a Artéria renal, reproduza o mecanismo hipertensivo descrito há mais de três décadas por Galdblatt. Estes conhecimentos são suficientes para se admitir a existência de um grupo da população no qual, desde que apresente Hipertensão arterial, se deva procurar a Causa na Estenose da Artéria renal. A História clínica, bem conduzida, pode afastar os pacientes com quadro pregresso de Patologia renal e o exame físico apurado também pode orientar. Antes da investigação Vascular é fundamental que sejam descartadas as hipertensões de causas endocrinológicas, bem como as que têm grande probabilidade de ser essenciais.
___ silenciosa, déficit localizado de sangue, sem manifestação clínica.
A Sintomatologia pode estar mascarada por manifestar-se apenas em esforços superiores às necessidades habituais do Paciente ou pelo Fato da sintomatologia, em outros territórios, limitar o Paciente a necessidades inferiores à que desencadeia Sintoma.
(ref. CID10) Isquemia cerebral (crônica), (I67.8)
Isquemia cerebral neonatal, (P91.0)
Isquemia cerebral transitória não especificada, (G45.9)
Isquemia cerebral transitória sem outra especificação, (G45.9)
Isquemia do Intestino delgado aguda, (K55.0)
Isquemia e Infarto renal, (N28.0)
Isquemia miocárdica silenciosa, (I25.6)
Isquemia miocárdica transitória do recém-nascido, (P29.4)
Isquemia muscular traumática, (T79.6)