Educação

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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O belo aforismo de Alexis de Tocqueville, segundo o qual a principal Função dos governos deveria ser a de ensinar os povos a não precisarem deles, é certamente desconhecido da maioria dos políticos e das pessoas que controlam a Opinião pública pelo domínio dos meios de Comunicação. Essas duas classes dominantes teimam em fazer exatamente o oposto do que ocorre em quase todos os países do mundo, não tanto por maquiavélica manobra para manter o obscurantismo, mas por pura ignorância do que é relevante. Nos países eufemisticamente catalogados de “em desenvolvimento”, desconhece-se que nenhum povo se tornou civilizado e desenvolvimento sem antes dispor de um bom Sistema educacional. Num Período de nossa História em que nos afundamos em Crise generalizada, é de pasmar que a maioria dos políticos e dos que dominam os meios de Comunicação desperdicem tanto tempo e dinheiro tratando de assuntos de pouca ou nula relevância para o aprimoramento de nossa sociedade. É injustificável o tempo que a maioria dos políticos dedica a assuntos irrelevantes; tampouco se justifica que jornais, emissoras de Rádio e de televisão preencham tanto tempo com informações absolutamente inúteis sobre fatos e pessoas que em nada contribuem para o aprimoramento do povo brasileiro em termos de Educação. É óbvio o Círculo vicioso em que a pobre Educação geral dos brasileiros (de todas as classes e profissões, inclusive professores de todos os graus) fá-los descurar da importância da educação, o que leva a empobrecê-la ainda mais, fechando o Círculo que ferreamente nos prende ao subdesenvolvimento. Um bom exemplo: há alguns meses, li em um dos jornais mais importantes do país uma nota informando que a imprensa foi considerada, em Inquérito popular em outros países, como o mais fidedigno meio de Comunicação. Algumas linhas abaixo, outra nota dizia que uma “enzima” contamina as águas de uma das represas de São Paulo e identificava solenemente a Enzima com o nome de uma alga. Em primeira página, o mencionado jornal ocupa espaços imensos para falar do Nascimento do filho de um Cantor de “rock”. Enquanto isso, o espaço destinado à Educação é Mínimo em todos os jornais do país. Uma Pessoa bem-educada não precisa de governantes como tutores, mas, sim, como pessoas competentes que executem trabalhos especializados dentro da sociedade. Uma Pessoa mal-educada, ao contrário, tende a ver nos governantes (e em ídolos criados pelos meios de comunicação) seres extraordinários, modelos a imitar, aos quais devem preitos de homenagem e, não raro, subserviência. É notória a Deformação educacional que essa situação gera. Como é patente o prejuízo social que acarreta. Os governantes brasileiros, principalmente na Área federal, continuam pensando que Educação é ensino universitário, embora somente diminuta parcela da população possa aspirar a ele. Tal falta de perspectiva não resulta apenas (como se pensa erradamente) de motivos econômicos, mas ocorre sobretudo porque a maioria nem sabe que existe ensino universitário ou, em muitos casos, simplesmente carece de propensão para esse Tipo de atividade. Algumas tímidas iniciativas governamentais, dos partidos políticos e dos meios de comunicação, destinadas a incentivar a educação, têm por finalidade, quando muito, tentar dar ao povo Capacitação para assinar o próprio nome, efetuar cálculos simples e ter Consciência de alguns de seus direitos. O resultado dessas iniciativas, mesmo quando bem-sucedidas, é enganador, visto que dá a impressão de que se pensa em Educação quando, na verdade, se está pensando em simplesmente alfabetizar as pessoas, não em dar-lhes um grau pelo menos aceitável de cultura. O exemplo dos métodos de alfabetilização adotados pela Prefeitura de São Paulo é notável nesse Sentido. Atitudes equivalentes são patentes na “urbanização de favelas”, medida cruel que, em vez de tirar os favelados de suas moradias primárias, justifica e encoraja sua permanência nesses locais. Até a “avançada” reforma Capanema, que em 1941 iniciou o Processo de mediocrização do ensino secundário neste país para torná-lo menos acadêmico e mais prático, o grande Defeito do ensino era o difícil acesso da população às escolas; entretanto, os que então completavam o curso ginasial, de 5 anos, tinham oportunidade de adquirir um grau de cultura que hoje somente alunos excepcionais conseguem obter. O acesso à escola progrediu inegavelmente em quantidade, porém a Qualidade do ensino piorou inaceitavelmente. A mais grave Acusação que se pode fazer aos governos militares que administraram o Brasil nas últimas décadas é a de que não tiveram o discernimento e a coragem de optar, com todo o Poder de que dispunham, por um Sistema educacional competente e com altos objetivos. Se o houvesse feito, hoje teríamos uma geração bem treinada e outras em Progresso. Pensando antes em enriquecer o país para depois cuidar da educação, invertendo o que a História demonstra ser a seqüência correta, os governos militares desperdiçaram uma oportunidade única na História contemporânea do Brasil. Um resultado gravíssimo da decadência do ensino primário e secundário é que, mesmo que se decidisse agora elevar de novo a Qualidade da Educação básica, não se encontraria número adequado de professores bem treinados para realizar essa tarefa. Seria necessário empreender uma mobilização gigantesca para preparar os próprios professores de que o país precisa para melhorar seu Sistema educacional. Uma das principais razões da decadência de nosso ensino, que infelizmente Ameaça também alguns povos civilizados, é a nefasta influência que o filósofo e educador americano John Dewey exerceu sobre o ensino nos Estados Unidos. Na pressa de imitar aquele país, o governo brasileiro decidiu em 1941 adotar uma Forma de ensino menos acadêmico e mais prático, destruindo um magnífico Sistema educacional que era reconhecido na Europa como qualitativamente excelente. Após muitas décadas, o governo dos Estados Unidos decidiu recentemente recuperar o ensino básico, que é reconhecidamente muito mau, a despeito de seu Sistema universitário ser incontestavelmente o melhor de todos. O governo americano encarregou membros da Academia de Ciências dos Estados Unidos do estudo da reforma, evitando, sabiamente, entregar a Responsabilidade por assunto tão relevante aos pedagogos educados precisamente no Sistema que deve ser radicalmente reformado. Encarregado de dirigir essa gigantesca tarefa, Leon Lederman, nobelista que dirigia até há pouco tempo o Fermilab, está começando o programa por submeter os professores do curso básico a Treinamento por professores universitários. A primeira cidade em que a reforma foi testada é Chicago, cujo ensino é, na opinião do próprio Lederman, o de mais baixa Qualidade do país. Infelizmente, passarão décadas antes de algum governo brasileiro decidir emular a decisão americana; tendo imitado tardiamente o pobre ensino básico americano no início da década de 1940, os governos brasileiros de novo imitarão o exemplo dos Estados Unidos com grande atraso, condenando-nos a permanecer ainda por muito tempo na mediocridade que carateriza nosso ensino. O já clássico exemplo da rápida ascensão do Japão após a segunda Guerra mundial se atribui diretamente a seu Crescimento industrial e a sua pesquisa tecnológica. Desconhece-se, em geral, que esse Progresso foi secundário à crucial decisão dos governos japoneses de educarem seu povo já no começo do século 20. Mesmo na Europa, onde a civilização atingiu alto grau há vários séculos, a Qualidade de vida só era aceitável até a segunda Guerra mundial para uma discreta fração da população, visto que a maioria era analfabeta. O Deslocamento do Progresso europeu para os países do norte do continente, envolvendo maciçamente as comunidades judaicas da Europa, a partir do século 17, deveu-se em Parte ao obscurantismo da Inquisição e seus equivalentes, que bloqueavam o livre pensamento e a livre indagação e a criatividade acadêmica, mas talvez primordialmente à necessidade de alfabetização para ler a Bíblia, que a milenar tradição hebraica e a criação do protestantismo tornavam indiretamente obrigatória. Até meados do século passado, era prática comum e aceitável lançar os filhos recém-nascidos (sobretudo as filhas) e não desejados nos rios da Europa, tal era o padrão de vida das populações pobres. No final do século passado, vários países europeus decidiram não só investir muitos recursos no ensino primário mas, também, obrigar os pais, sob Pena de punição, a mandarem seus filhos à escola. Depois da segunda Guerra mundial, inclusive a escola secundária se tornou obrigatória. Mesmo no Brasil há exemplos claros de que a melhoria da Educação precede o desenvolvimento. O mais antigo exemplo é a breve Colonização de algumas regiões do Nordeste por holandeses. A vinda de Dom João VI e sua corte, da qual participavam numerosos artistas, engenheiros, Médicos e naturalistas franceses, germânicos e britânicos, transformou o Rio de Janeiro no início do século 19 no então maior centro cultural do país. Essa influência se manifestou, inclusive, pela criação e florescimento de excelentes centros de pesquisas médicas, entre as quais o Jardim Botânico, o Instituto Manguinhos (hoje Instituto Oswaldo Cruz) e as Faculdades Nacionais de Medicina e de Engenharia. Em suas clássicas obras sobre a História de São Paulo, campo em que se tornou a maior autoridade, o Historiador paranaense Ernani Silva Bruno, Baseado em cartas e depoimentos de viajantes estrangeiros que passavam pelo Brasil, traçou um perfil da evolução da cidade. Até meados do século 19, São Paulo era um povoado atrasadíssimo, onde o analfabetismo predominava e a maioria da população nem mesmo falava português, exprimindo-se em dialetos indígenas. Por seu clima, que então se caracterizava por invernos muitos frios, São Paulo atraiu e fixou imigrantes franceses e alemães, fugidos das revoluções que ocorreram em seus países em torno de 1850 e das quais emergiu o marxismo. No fim do século, houve intensa imigração de escandinavos, principalmente suecos. Graças à imigração desses europeus, que tinham tradição cultural melhor do que a brasileira, em 1880 “a cidade já possuía o melhor Sistema educacional do Brasil”, situação que perduraria até meados do século 20, quando se iniciou a decadência que ora prevalece. A vinda dos funcionários britânicos que implantaram, dirigiram e operaram a São Paulo Railway, a Companhia de Gás e a Light & Power Company também contribui muito para a melhoria do nível educacional de São Paulo. A vinda de imigrantes italianos e japoneses para as lavouras do Estado de São Paulo foi responsável por sua transformação na mais rica e próspera região do país. Não é por acaso que as regiões que mais se desenvolveram no Brasil no século 20 foram as que receberam maiores contingentes de imigrantes europeus e japoneses, graças à radicam transformação da Qualidade da escolaridade de seus habitantes. Os mais baixos índices de Mortalidade infantil e de expectativa de vida também ocorrem nessas regiões. O extraordinário Progresso das cidades do Ouro de Minas Gerais no século 18 vincula-se ao fluxo de europeus; o desenvolvimento da música sacra naquelas cidades no século 18 resultou, muito provavelmente, da presença de soldados germânicos contratados pelos portugueses para servirem em Ouro Preto e cidades adjacentes. Os países atualmente com os menores índices de Mortalidade infantil (cerca de 6 morte/1000 nascimentos) e a melhor expectativa de vida (em torno de 80 anos) tëm, todos, excelentes sistemas educacionais básicos. Esses países (Suíça, Suécia, Noruega, Finlândia, Dinamarca, Holanda e Japão) atingiram elevados graus de igualdade social. Uma das primeiras medidas adotadas por Lenin ao assumir o governo da União Soviética em 1917 foi a de universalizar e elevar a Qualidade do ensino. Como também a de proteger os museus, monumentos e bibliotecas de seu país, embora o conteúdo cultura de museus e monumentos conflitasse frontalmente com a Ideologia do partido dominante e eles se houvessem tornado presas fáceis de fanáticos ignorantes. Antônio Gramsci, fundador do Partido Comunista Italiano, certamente deslocado no meio em que este floresceu, dizia que era necessário aprender latim e grego, não para usar esses idiomas nas conversas diárias, mas para dilatar a cultura geral das pessoas. Já não se pode protelar a Adoção de uma política absolutamente prioritária no Sentido de se proporcionar Educação a todos os brasileiro, mas não apenas alfabetização, como arremedo enganador e cruel de boa Educação. É com boa Educação nas escolas primárias e secundárias que nossos patrícios se tornarão mais cônscios de seus verdadeiros direito, mas, também de suas responsabilidades pessoas e sociais. Por certo, a maioria dos acidentes de trânsito e a sujeira das ruas e destruídos jardins, assim como a quase total falta de respeito aos direitos alheios, que nos tornam tão tristemente famosos, se devem ao baixo nível educacional de nosso povo, mesmo o de categorias sociais elevadas. Somente a educação, esclarecendo as pessoas e propiciando-lhes cultura para saber o que é conveniente para cada um e para a sociedade, fará Nascer na maioria a noção correta do que significa planejar a família de acordo com as posses pessoais e das conveniências da sociedade. Somente a Educação elevará o preparo de cada um para progredir na escala social. Somente a Educação de alta Qualidade permitirá às pessoas a compreensão da utilidade de medidas de Higiene e de Cuidados pessoais, que confluirão para altos graus de Saúde e Qualidade de vida, compatíveis com o real bem-estar e a civilização. O problema fundamental do Brasil não é sua dívida externa nem o é a interna, como tampouco são os bancos internacionais e as empresas multinacionais que idiotamente se considera estarem sugando nossos recursos. Nosso problema fundamental é o preparo para nos libertarmos da incompetência e do obscurantismo cultural. Se os países do mundo civilizado nos fascinam pelo alto nível de vida, pela fartura, pela Assistência social, pelos sistemas de atendimento médico, pela Consciência da dignidade pessoal e social e dos direitos fundamentais do Indivíduo e da coletividade, devemos começar a resolver nossos sérios problemas por onde os países desse mundo privilegiado começaram: Educação geral e de conteúdo amplo. Quando se trata de Educação no Brasil se pensa em ensinar e assinar o nome e a fazer continhas, mas é óbvio que é preciso recuperar a amplitude e a profundidade de conhecimento que o Sistema Anterior à reforma Capanema possibilitava. O problema a ser resolvido demanda soluções complexas que esbarram em vários óbices, entre outros a ignorância de sua essência e de sua intensidade, a exigüidade de recursos financeiros, a impossibilidade imediata de encontrar professores capacitados em número suficiente e escolher o que melhorar na escola de primeiro e de segundo graus. A ignorância da essência e da intensidade da péssima Qualidade da Educação é, provavelmente, o mais grave obstáculo a vencer. Infelizmente, talvez sob a inspiração nefasta de Darcy Ribeiro e seus seguidores, a erudição e o conhecimento de vários campos da cultura mundial (e não só a restrita cultura local), têm sido criticados à exaustão e preteridos em favor do conhecimento Superficial de amenidades. A mais grotesca ilustração disso é que cursinhos destinados a preparar alunos para os exames vestibulares editam apostilas de cultura geral! Em cultura geral, essas apostilas incluem características de novelas de televisão, nomes de jogadores de futebol e de artistas e profissionais de Rádio e televisão, além de outros representantes da sociedade, que se vem aprimorando na ignorância sem cessar. A exigüidade de recursos financeiros é óbvia. É realmente uma lástima que os países ricos não substituam a ajuda para aquisição de armas pela ajuda obrigatoriamente destinada a muitos milhares de escolas e Treinamento de muitíssimos milhares de professores. Por outro lado, não faltam recursos para manter a burocracia ineficiente, que cria dificuldades para vender facilidades. A impossibilidade de encontrar de imediato professores capacitados a concretizar uma reforma conveniente do ensino é outro obstáculo crucial a afastar. Escolher o que mudar no ensino implica dificuldades extremas, dado que os que dirigem a Educação n
ste país (e em muitos outros) consideram cultura inútil estudar disciplinas que de Fato separam a ignorância da cultura. Para que estudar História medieval se a História do folclore local é tão edificante? Pensa-se assim, apesar de uma não excluir a outra. Para que estudar francês se basta conhecer MEIA dúzia de palavras em inglês para pedir um sanduíche na lanchonete da esquina e aprender as letras de músicas de “rock”? E para que conhecer a gramática protuguesa e os grandes escritores de nossa belíssima Língua se é mais fácil aderir à gíria de vida efêmera que povoa os meios de comunicação? Quem se lembra de que a gramática tem por finalidade precípua retardar a dialetização dos idiomas? Quem, dentro de cem anos, conseguirá entender o que se Fala hoje? Algumas medidas imediatas podem ser adotadas para começar a resolver o problema: 1) Proceder a um estudo urgente de como funciona o ensino na Alemanha, na Suécia, no Japão e não nos Estados Unidos nem em Cuba; é preciso aprender com quem mostrou a melhor competência em Educação. 2) O grande compositor Giuseppe Verdi, analisando a decadência da ópera nas últimas décadas do século 19, exclamou certa vez: “Ritornare al passato, che progresso!” Nada mais adequado para reformar nosso ensino do que retornar ao passado. Parece-me conveniente voltar ao Sistema Anterior à triste reforma Capanema, de 1941, quando o curso primário era de 4 anos e o ginasial de 5, seguido do curso pré-universitário, estes especificamente desenvolvimento no campo de conhecimento do curso Superior escolhido. Nos 5 anos de ginásio era possível aprender português (5 anos), francês e inglês (4 anos), latim (2 anos), aritmética (2 anos); álgebra (2 anos), geometria (1 ano), Cálculo diferencial, integral e tensorial (2 anos), História antiga (2 anos), História medieval (1 ano) e História do Brasil (2 ou 3 anos), física (3 anos), química (2 anos), Biologia (2 anos). O gigantesco Crescimento vem tornando insuficientes os 4 ou 5 anos geralmente destinados à maioria dos cursos. A escassez de tempo para a boa formação universitária seria aliviada com tal reforma, visto que durante o curso pré-universitário se poderia ensinar muito do que é ensinado nos cursos superiores. No que diz respeito, especificamente, ao curso médico, a residência talvez até pudesse ser incorporada ao curso regular de 6 anos, já que as principais disciplinas básicas seriam ensinadas no pré-médico. 3) Deve-se ensinar no curso primário o conteúdo das constituições nacional e estadual; uma versão simplificada seria facilmente assimilada pelos anos, que então aprenderiam o que se espera deles e o que eles podem esperar do Estado, protegendo-os contra demagogos e ideologias baratas. 4) Deve-se ensinar obrigatoriamente os princípios da Economia, já que esta nos interessa e governa a todos neste Período da História em que se tornou global e muito mais complexa do que em qualquer outra época Anterior. Só então o povo poderia entender o que é inflação e porque existe, assim como porque certas medidas econômicas são necessárias para controlá-la. Quantos políticos (do que há fartos exemplos) e jornalistas que discorrem sobre problemas econômicos do país, do Estado e das cidades, sabem de Fato do que estão falando, se bem que sejam freqüentemente convicentes? 5) Deve-se voltar a ensinar nossa Língua como antes. A maioria das pessoas, mesmo em países com bom Sistema educacional, utiliza poucas centenas de palavras para se comunicarem. Os jovens que vivem em ambientes culturalmente pobres (a maioria, mesmo de classes abastadas) utilizam não mais do que 200 palavras, já que não se lhe ensina nem exige mais do que isso. Os jovens que seguem cursos superiores aprendem além dessas 200 palavras apenas os termos Técnicos que utilização mais tarde em suas profissões. Creio que se deve voltar a ensinar outra Língua adicional, além do inglês, preferencialmente o francês. Poucos sabem que o aprendizado de cada Língua nova abre janelas extraordinariamente largas para conhecer o mundo. Na Suécia ensina-se sueco, inglês e alemão já nos primeiros tempos de vida escolar, o que possibilita até a um operário sueco fazer-se entender em qualquer lugar deste planeta. Após construir salas de aula em número suficiente e preparar professores em quantidade e com Qualidade adequadas, será então possível considerar Crime os pais não mandarem seus filhos à escola, como ocorre na Alemanha, na Suécia, na Suíça, no Japão e em outros países realmente desenvolvidos. [César Timo-Iaria]
___ científica, a Educação científica da população mundial deveria ser, no final do século XX, que criou mais de 80% de todo o conhecimento gerado até hoje, a mais importante Forma de cultura da Humanidade. Ao contrário, quase no limiar do século XXI e do terceiro milênio, o que se vê é o assombroso Crescimento do misticismo e da anticultura científica, mesmo em meios universitários. É patente a ostentação de amuletos, pirâmides, duendes, fitinhas coloridas e pulseirinhas desabonadoras e outros ornamentos místicos até por estudantes e professores universitários. O pobre preparo científico de professores primários e secundários torna-se cada vez mais preocupante na maioria dos países civilizados. Nos Estados Unidos, pais em que se vem tentando tenazmente resolver esse problema, a situação é tão calamitosa que a revista Physiologist publicou recentemente nota em que diz textualmente: “Few elementary school teachers have even a rudimentary education in science and mathematics, and many junior and senior high school teachers of science and mathematics do not meet reasonable standards of preparation in those fields. Unfortunately, such deficiencies have long been tolerated by the institutions that prepare teachers, the public bodies that licence them, the schools that hire them and give them their assignments, and even the teaching professionals.“ É pertinente adicionar a esse texto que os baixos padrões de ensino, sobretudo de disciplinas relevantes, têm sido tolerados pelos pais dos alunos, pelas assim chamadas autoridades e pela sociedade em geral, que mais e mais valorizam atividades irrelevantes em detrimento das que fazem a Humanidade avançar cultural e socialmente, incluindo a Medicina, que elevou a expectativa de vida de cerca de 30 anos poucas centenas de anos atrás a 81 nos países escandinavos e a 84 anos no Japão. Percebendo o desastre do Sistema educacional de seu país, o presidente Bush criou no início desta década uma Comissão destinada a estudar a recuperação do ensino primário e secundário nos Estados Unidos. A direção da Comissão, da qual participaram majoritamente membros da National Academy of Sciences, foi atribuída ao físico S. Lederman, ex-diretor do famoso FermiLab de Chicago. Recentemente Lederman emitiu um comunicado, pesaroso, dizendo que sua tarefa era impossível de se concretizar por ser a Solução eminentemente política, não pedagógica. Aqui não se tentou nada em escala nacional porém o prof. A.C. de Ulhôa Cintra quis mudar o Caráter da Educação primária e secundária quando Secretário da Educação do Estado de São Paulo, nos anos 60; em pouco tempo ele se demitiu do cargo de Secretário por considerar impossível realizar algo de sério para melhorar o ensino, entre outras razões pelo corporativismo invencível dos professores. As reformas que o governo federal brasileiro tem feito a intervalos perigosamente curtos só têm piorado a situação. Alguns países da Ásia (Japão, Coréia, Taiwan e Cingapura) e do leste europeu (Hungria e República Tcheca) estão conseguindo manter elevado nível de ensino fundamental porém não parecem encantar os demais países o suficiente para que queiram imitá-los. Embora os brasileiros desconheçam, a Educação brasileira, obra dos educadores do tempo do Império, era tida até o ano de 1941 (quando começou a ser arruinada pela Reforma Capanema, ignorante ministro da Educação do governo Getúlio Vargas) como uma das melhores do mundo. O curso ginasial, que se seguia ao curso primário e no qual se entrava após um exame vestibular, o exame de Admissão ao ginásio, durava 5 anos e era seguido pelo curso pré-universitário, distinto para cada Tipo de escola Superior (e que assemelha um pouco ao College americano). Estudava-se naquele tempo História Antiga e Medieval durante 3 anos inteiros, História do Brasil em 2 anos (mais que suficiente), Português 5 anos, Francês e Inglês 4 anos, Latim 2 anos (nos anos 20 estudava-se inclusive Alemão), Filosofia 1 ano, Física 3 anos, Química 3 anos, Biologia 3 anos, Matemática 5 anos (o que incluía Cálculo diferencial, integral e vetorial). Um engenheiro de São Paulo, que recebeu Bolsa para aperfeiçoar-se em metalurgia na Alemanha nos anos 20 (quando esse país era o mais importante em ciência e tecnologia), foi “dispensado de curso de nivelamento por ser originário de um país em que o ensino era reconhecidamente bom”. O que hoje nos parece um sonho irrealizável já foi realidade no Brasil. (César timo-Iaria)
___ continuada, dentro de um programa aberto como esse, e conforme o espírito de uma Educação continuada, podem criar-se oportunidades para toda a população médica jovem atual, absorvendo-a para atualizações e reciclagem.
Além desse Programa de Residência Médica ampliado, as Faculdades de Medicina devem colaborar com as associações Médicas e Sociedades Especializadas na criação de cursos de Especialização e de Atualização. A freqüência a tais cursos valeria pontos a serem considerados na Avaliação feita por ocasião da habilitação profissional junto aos Conselhos Regionais de Medicina e, mais ainda, no exame de reavaliação periódica, quando houver.
___ numa instituição, (Z62.2) Cuidados de Adoção em grupos nos quais a Responsabilidade é levada a efeito por alguma Forma de instituição (tais como berçário residencial, orfanato, lar de crianças) ou cuidado terapêutico por um Período prolongado de tempo no qual a Criança está num hospital, casa de convalescente ou similar, sem ao menos um dos pais viver com a Criança.
(ref. CID10) Outros problemas relacionados com a Educação e com a alfabetização, (Z55.8)