Vernáculo

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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A linguagem falada é extremamente dinâmica e se modifica em decorrência de numerosos fatores, tais como: regionais, modismos, influência de outras culturas, conquistas tecnológicas e, ultimamente, pela Globalização. Acresce a esses o enorme progresso, desse fim de século, que trouxe embutido o Germe de regressão que está causando o que Miguel Reale chama de “pobreza expressional” e que “constitui um mal de nossa época, pois a cultura contemporânea, sob o impacto do Rádio e da televisão, se baseia cada vez mais na oralidade, sem Amor pelos valores primordiais da Língua e o Hábito da leitura cotidiana. Dedica-se sempre menos Amor aos bons autores, para não referir aos clássicos do idioma, sendo, o que é pior, impressionante a Carência de correção gramatical, que as gerações mais velhas aprendiam com o estudo do latim e, ao depois, quando este caiu em desgraça, graças a exercícios de ‘análise lógica’, cujo exagero sofisticado foi a Causa maior de seu lamentável repúdio”. A Comunicação instantânea faz com que as expressões faladas, de maneira corrente, não consigam entrar para a escrita com a mesma velocidade. O Vernáculo contém cerca de trezentos e cinqüenta mil palavras registradas no “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa” elaborado pela Academia Brasileira de Letras, tendo por Base o da Academia de Ciências de Lisboa, edição de 1940, publicado por Bloch Editores, em 1981. Assim, a defasagem entre o número de vocábulos da linguagem oral e escrita é muito grande, o que aliás, é facilmente compreensível. Há mais de três décadas, Isaac Nicolau Salum, Professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, sugeriu que a Editora da Universidade de São Paulo – Edusp, publicasse um periódico de “Palavras em Processo de Dicionarização”, para abrir oportunidade à comunidade científica e artística de se manifestar no seu campo do saber, quanto às necessidades de palavras de que sentissem falta para comunicar, em português, os conhecimentos novos, advindos das conquistas próprias ou publicadas em outras línguas. Os vocábulos propostos seriam estudados por lexicógrafos, filólogos e colocados provisoriamente à disposição dos usuários e, se aceitos, incorporados ao Vernáculo. A idéia, embora tenha sido bem acolhida, não foi avante. Entretanto, o descompasso, cada vez maior, entre as duas linguagens precipitou a necessidade da dicionarização de muitos termos da Língua inglesa. Assim, surgiu o Trabalho de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, cuja Qualidade e oportunidade tornou seu nome Sinônimo de dicionário. Além de todos os méritos, ele tem o de dicionarizar palavras da linguagem falada e escrita, nos dias de hoje. O jovem médico deve respeitar o vernáculo, criando o Hábito de usar as palavras adequadas para facilitar a compreensão de sua mensagem. O médico tem que se esmerar neste aspecto para que o doente, bem como seus familiares, o entendam bem. Ele deve dizer tudo, mas somente o que o Paciente precisa ouvir, no seu nível de compreensão e no momento adequado. Precisa também registrar no Prontuário Médico do paciente, seja no hospital, ambulatório ou em seu próprio consultório, em letra legível e termos precisos, tudo o que foi observado e prescrito. É fundamental esse aspecto pois, no Caso de dúvidas a serem dissipadas pelo Conselho Regional de Medicina, ou até mesmo da Justiça comum, somente será válido o que estiver escrito e bem compreendido por quem julgar, seja médico ou não.