Hantaviroses

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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(ref. Guia de Vigilância Epidemiológica) Enfermidades agudas que podem se apresentar sobre as formas de Febre Hemorrágica com Síndrone Renal (HFRS) e Síndrone Pulmonar por Hantavírus (HPS), sendo a segunda a única Forma encontrada nas Américas. A Enfermidade não é específica de nenhum grupo étnico, se comporta de Forma estacionária coincidindo com a presença e o maior número de roedores portadores do vírus.
Agente Etiológio: São designados de hantavírus os agentes etiológicos do Agravo que pentencem a família Buyanviridae [Apodemus agrarius; Apodemus flavicollis; Rattus norvegicus; Clethrionomys glareolus; Peromyscus maniculatus; Peromyscus leucopus; Sigmodon hispidus; Oligoryzomys palustris; Oligoryzomys longicaudatus; Calomys laucha; Oligoryzomys Microtis; Oryzomys sp; Sigmodon alsoni].
Reservatórios: Os roedores, especialmente os silvestres, são os principais reservatórios dos Hantavírus e cada espécie parece ter tropismo por determinado Tipo. No roedor, a Infecção pelo Hantavírus aparentemente não é letal e pode levá-lo ao Estado de reservatório do vírus por toda a vida. Nesses animais, os Hantavírus são isolados principalmente nos Pulmões e rins, apesar da presença de anticorpos séricos, sendo eliminados em grande quantidade na saliva, Urina e fezes durante longo período, todavia, a duração e o Período máximo de Infectividade são desconhecidos.
Modos de Transmissão: A Infecção humana ocorre mais freqüentemente pela inalação de secreções e excreções dos reservatórios (roedores) de Hantavírus. Outras formas de Transmissão para a espécie humana foram também descritas: a) ingestão de alimentos e Água contaminados; b) percutânea, por meio de escoriações cutâneas e mordeduras de roedor; c) Contato do vírus com mucosa, por exemplo, a conjuntival; d) acidentalmente, em trabalhadores e visitantes de biotérios e laboratórios. Mais recentemente, há evidências da possibilidade de Transmissão interhumana. Na Argentina, Cantoni e cols.(1997) verificaram durante um Surto de hantavírus, na província de rio Negro, que os profissionais da Área de Saúde apresentaram Risco maior do que o observado na população em geral. A hipótese de Transmissão Pessoa a Pessoa em casos de Síndrome pulmonar por Hantavírus descritos por Cantoni et cols(1997) direcionam a revisão das medidas de precaução e biossegurança no atendimento destes pacientes e manuseio de espécimes biológicas.
Período de Incubação: O Período de Incubação da Doença provocada por Hantavirus varia de 12 a 16 dias com uma Variação de 05 a 42 dias.
Período de Transmissibilidade: Até o momento é desconhecido.
Susceptibilidade e Imunidade: Ao que parece, as pessoas sem dados sorológicos de Infecção passada são uniformemente susceptíveis. Não existem relatos na literatura de reinfecção em humanos.
Distribuição, Morbidade, Mortalidade e Letalidade: A Febre Hemorrágica com Síndrome Renal (HFRS) tem a distribuição na Europa e Ásia onde na China ocorrem de 40.000 a 100.000 casos por ano. Na Coréia do Sul tem ocorrido uma média de 1.000 casos por ano. Possui uma letalidade variável com média de 5% na Ásia e um pouco maior nas Ilhas Balcãs. A Forma respiratória da Doença (HPS) com grande letalidade, identificada em junho de 1993 na região sudoeste dos Estados Unidos e, posteriormente, observada em outros 21 estados daquele país levou ao Isolamento de outros Hantavírus como o Sin Nombre, Black Creek Canal, Bayou e New York. Desta forma, a Síndrome Pulmonar por Hantavírus passou a ser reconhecida em outros países e possibilitou o Isolamento de novas espécies. No Brasil os 3 primeiros casos clínicos de Síndrome Pulmonar por Hantavírus foram identificados no Estado de São Paulo, no Município de Juquitiba, em 1993. Outros sete casos foram registrados: um no Estado de Mato Grosso na cidade de Castelo dos Sonhos e outros seis no Estado de São Paulo, nas cidades de Araraquara e Franca, ambos em 1996; um em Tupi Paulista e um em Nova Guataporanga, dois casos em Guariba, em 1998. A Letalidade na Argentina gira em torno de 30% dos casos, enquanto no Brasil dos 10 casos que ocorreram no período, 9 foram a óbito.
Aspectos Clínicos: Síndrome Pulmonar por Hantavírus (HPS) - febre, mialgias, dor abdominal, vômitos e Cefaléia; seguidas de Tosse produtiva, dispnéia, taquipnéia, taquicardia, hipertensão, Hipoxemia arterial, Acidose metabólica e Edema pulmonar não cardiogênico. O Paciente evolui para Insuficiência respiratória aguda e Choque circulatório.
Febre Hemorrágica com Síndrome Renal (HFRS) - febre, cefaléia, mialgia, dor abdominal, náuseas, vômitos, Rubor facial, Petéquias e Hemorragia conjuntival, seguida de hipotensão, taquicardía, oligúria e hemorragias severas, evoluindo para um quadro de Poliúria que antecipa o início da recuperação, na maioria dos casos.
Notificação compulsória (Fundação Nacional de Saúde).