Mestrado Profissional

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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A CAPES, sentindo a necessidade de sistematizar os cursos tendo em vista as necessidades do mercado de trabalho, exarou a Resolução n° 01/95, publicada pela Portaria n° 47, de 17/10/95, e que trata do Mestrado Profissional. O mestrado aparece não mais como um degrau para a conquista do Doutorado mas sim com Caráter terminal e de grande relevância para o profissional. Hoje, inspirada nessas idéias, aparece a tendência em se estabelecer dois tipos de Pós-Graduação: a convencional, consagrada e bem entendida como a Acadêmica e outra, a Profissional que, na formação do aluno, se beneficiasse da profundidade do conhecimento especializado, rigorosamente científica, mas com extrema objetividade prática. Contribuiríam para a formação do aluno desse nível não só os docentes e pesquisadores de formação acadêmica como, também, os especialistas de notório saber. A necessidade de tal curso se faz sentir entre os profissionais da Área de ciências exatas e, particularmente, os de Área tecnológica. Entretanto, a Profa.Dra. Maria Lourdes Mariotto Haidar, ex-Presidente do Conselho Estadual de Educação, sugere que se deva pensar o mesmo, também, para a Área médica, onde se impõe a formação de pessoal a produzir, cada vez mais, ciência de ponta.
Transcrevo alguns excertos dos documentos referidos, onde está dito da: “ ... importância de um programa eficiente de estudos pós-graduados para: a) formar profissionais criadores, capazes de desenvolver novas técnicas e processos tendo em vista a expansão da indústria brasileira e as necessidades do desenvolvimento nacional em todos os setores; b) transformar a Universidade em centro criador; c) formar professores qualificados para a expansão quantitativa do ensino Superior.
Foi também feita clara distinção entre cursos de Especialização (destinados a treinamento, formação de atitudes e habilidades, sem abranger o campo total do saber em que se insere a especialidade) e cursos de mestrado, que podem também implicar Especialização e operar no setor técnico-profissional, mas sempre no contexto de uma Área completa de conhecimento, ou dando ampla fundamentação à aplicação de uma Técnica ou ao exercício de uma profissão”.
“A rápida evolução do conhecimento têm exigido dos graduados formação avançada e atualizada; em paralelo, as organizações governamentais e não governamentais têm exigido constante elevação da Qualidade e produtividade dos seus serviços. Em complemento, a Abertura de mercado tem demandado das empresas um nível de competividade que as leva a buscar profissionais com formação pós-graduada, de preferência mestrado. A evolução do conhecimento, a melhoria do padrão de desempenho e a Abertura do mercado induzem à busca de recursos humanos que permitam uma transferência mais rápida dos conhecimentos gerados na Universidade para a sociedade. Buscam-se em todo o mundo formas mais diretas de vinculação da Universidade com empresas, agências não governamentais e governo. Essas formas envolvem, por exemplo, na Área de Engenharia, até mesmo a realização de teses de doutorado em que o estudante trabalha sob a Supervisão de um orientador acadêmico e de um mentor industrial”.
“Algumas características desses cursos: Participação necessária, no Corpo docente, de profissionais que se destacam em suas áreas de atuação e que, embora disponíveis e singularmente qualificados para esse Tipo de ensino, não desejam se dedicar exclusivamente a ele. Consórcios entre programas, viabilizando o Caráter interdisciplinar freqüentemente necessário à formação de novos tipos de profissionais desejados. Esquemas de parceria com agências governamentais e não governamentais, empresas públicas e privadas que, interessadas na Qualificação de seu quadro de funcionários, encomendam e financiam os cursos. Organização da estrutura curricular adequada a um tempo de titulação menor do que o habitual. Emprego de metodologias ativas de ensino (casos, visitas, estágios) e de ensino à distância. Formatos alternativos à dissertação como Trabalho final do curso”.
“Nessa linha de argumentação, o grau de mestre continuaria caracterizando em todos os casos um nível de estudos pós-graduados, adjetivado tão somente pela Área de Graduação correspondente ou por designação específica. É óbvio que, mesmo optando por essa nomenclatura para fins formais de titulação, parece impossível evitar na prática as designações de Mestrado Profissional e mestrado disciplinar ou acadêmico”.
“A presente proposta almeja complementar a orientação atualmente em vigor, cuja referência de Qualidade é a produção científica, admitindo a inclusão de novos parâmetros de produção, como a inovação tecnológica. Em ambos os casos, a Avaliação de desempenho deve obedecer aos padrões de rigor tradicionalmente usados pela CAPES”.
“Portaria n° 47, de 17 de outubro de 1995, estabelece que: a instituição proponente deve demonstrar possuir condições favoráveis ao desenvolvimento consistente e de longo alcance do ensino de pós-graduação, assegurando-lhe profundidade e perspectiva adequadas”.