Conquistas modernas e suas limitações na prática

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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O Controle no Procedimento médico é um dos mecanismos essenciais à garantia de Qualidade na prestação do serviço à Saúde e, pois, na Prevenção do Erro.
O assunto reclama permanente atenção, para que as falhas da formação do médico, bem como as do Sistema de saúde, sejam sanadas ou diminuídas, aliviando-se, assim, a grande Ansiedade da comunidade, uma vez que, nesse campo, o atendimento Mínimo é precário e tudo é conduzido sempre de maneira a tornar o médico o vilão da História.
De fato, dele é cobrado tudo o que de errado há no Sistema de Saúde. Convém enfatizar a Responsabilidade social de todos: indivíduo, comunidade e Governo. Aliás, é adágio muito repetido o de que, em questão de saúde, quem não é Solução é problema. Hoje, como os fatos estão ocorrendo sem a menor preocupação de corrigir o mal pela raiz, a tendência é o agravamento progressivo da situação, sem que se vislumbrem soluções. O Erro campeia no país e o Erro médico não seria exceção. O problema não é tão só punir, depois que o Erro foi cometido, mas evitá-lo, de preferência.
Impõem-se debates contínuos acerca da matéria para que se adquira o Hábito de pensar sobre ela. Cada um dos envolvidos no problema deve analisá-lo com isenção de preconceitos e, principalmente, de Emoção. Todos esses fatores ofuscam a verdade. Tal Análise deve levar ao conhecimento do Fato ou dos fenômenos, de maneira completa e em profundidade, tendo em vista sempre os conhecimentos decorrentes das conquistas modernas que a medicina incorpora a cada momento.
Diante das dificuldades de se compreenderem os problemas Médicos em sua essência e de se aceitarem as limitações, confrontadas com as grandes conquistas, há de se ter em conta que todos esses fatos tornam o Erro médico cada vez mais difícil de ser caracterizado. Por outro lado, sempre se pode e se deve discernir, nessa matéria, a Parte de Responsabilidade do profissional ou do Hospital onde o doente foi atendido e o que constitui um malogro da própria natureza.
Estas considerações preliminares justificam a preocupação que aflige a todos - paciente, comunidade e médico - com a evolução natural dos fatos, preocupação que requer um entendimento melhor do problema em sua essência para que ele possa ser equacionado e adequadamente julgado.
Na medicina antiga, a mínima extensão dos conhecimentos permitia que o médico tivesse a impressão de dominá-los. Se remontarmos ao século passado, vamos ver que os grandes Médicos eram aqueles que conheciam bem a filosofia e a matemática. Eles, na verdade, com esses conhecimentos, adquiriam a Capacidade de raciocinar e, com os pacientes, a de observar.
A quantidade extremamente grande de conhecimentos e recursos de que dispõe a medicina moderna traz implícita, sob a égide do progresso, pelo menos, dois grandes males: o extremo Fracionamento do conhecimento em especialidades cada vez mais profundas, mas também sempre menos extensas, e o gigantesco predomínio tecnológico a, aceleradamente, elevar custos.
Os desdobramentos de tais situações, como foram apresentados, são de natureza muito profunda e também extremamente abrangentes, pois extravasam de muito o âmbito daqueles que diretamente têm que ver com a medicina.