Automedicação

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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O exercício da medicina mostra facetas do Comportamento do nosso povo que interferem sobremaneira nos resultados dos tratamentos. Há uma grande tendência entre todos em se automedicar. É difícil, mesmo para os pacientes de nível superior, entender que eles próprios não devem repetir um Remédio só porque foi bom em outras ocasiões. É comum tal Procedimento não se restringir ao doente e estender-se a seus familiares.
Condenar simplesmente esse Procedimento individual é desprezar uma oportunidade de utilizá-lo adequadamente. Para tal, seria conveniente ensinar o elementar para cada um cuidar de si próprio e de sua família, diante de quadros agudos, para minimizar alguns sofrimentos ou, pelo menos, tornar a Doença menos desconfortável. Todos devem saber o que não deve ser feito e o que fazer nas urgências ou nos casos mais sérios. Assim, deveria ser ampla e permanentemente divulgada a maneira de evitar a Desidratação de uma criança, aliviar uma febre, estancar uma hemorragia, cuidar de uma diarréia, da falta de ar e, sobretudo, saber onde e quando procurar recursos.
Procurando entender de onde viria o maior Impulso para a prática indiscriminada e muito difundida da automedicação, fui encontrar certa analogia com a máxima adotada pela Homeopatia que diz: “o semelhante se Cura pelo semelhante” e, no caso, mutatis mutandis, seria: “o semelhante se Cura de maneira semelhante”.
Ao se explanar sobre Automedicação devem ser lembrados alguns casos de pacientes que têm esse Procedimento por Desvio do Comportamento. Pode-se ter idéia da quantidade enorme de casos quando se considera que, nos Estados Unidos, dez por cento das consultas médicas são de “doentes imaginários” que se queixam de doenças inexistentes, comuns em toda a população, mas com freqüência maior entre os idosos e crianças.
Os meios de Comunicação e, particularmente, o rádio, deveriam ser estimulados a produzirem programas educativos de Saúde ensinando as providências a serem tomadas, mas dando enfoque aos perigos da Automedicação. A legislação que cuidasse dessa matéria deveria, também, proibir a Propaganda enganosa de Vitaminas e outros Medicamentos feita pelos “ídolos” populares.
O Ministério da Saúde pretende, até o ano 2000, eliminar o Hábito das vítimas de doenças sexualmente transmissíveis de se automedicarem. Essa preocupação é do Programa de Combate à Aids, que espera a colaboração do farmacêutico e balconista no Sentido de orientarem os pacientes a procurar o médico. Os dados divulgados revelam a existência de oito milhões de doentes dessa natureza, dos quais setenta por cento são vítimas da Automedicação associada à “empurroterapia”.