Antivivisseccionismo

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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Termo criado na Inglaterra no século passado por pessoas que se opunham às experiências com animais não humanos. Hoje esse termo é quase desconhecido, mesmo porque nem tudo é Dissecção animal em experimentos biológicos. A oposição pública ao uso de animais em experimentação é evidentemente hipócrita. Em artigo publicado na revista Neuroscience Newsletter Douglas M. Boden, do Center for Primate Research, Universidade de Washington, conta que o orçamento anual dos grupos interessados em banir a experimentação animal dos Estados Unidos tem sido da ordem de 200 milhões de dólares, hoje fortemente apoiado pelas associações que querem banir o ensino da evolução darwiniana nas escolas americanas. Um Fato animador a esse respeito é que o papa João Paulo II já admite em Princípio a teoria da evolução, como em 1954 o papa Pio XII, talvez o mais culto de todos, já admitisse a Idade do Universo proposta pelas teorias da Física moderna. Segundo os líderes da campanha anticiência “todas as doenças importantes já são curáveis” e não há necessidade de empregar animais em pesquisas que podem ser feitas por Intermédio de modelagem computadorizada ou no homem por métodos não invasivos. Quando prefeito de São Paulo, Jânio Quadros proibiu a entrega de cães apreendidos nas ruas às Escolas Médicas da cidade, Baseado em sua incrível descoberta de que “Deus inventou a cobaia para experiências, não precisa usar cães!”. Entretanto, o consumo de alimentos de origem animal só nos Estados Unidos, segundo Bowden, exige o sacrifício de 15 animais/pessoa cada ano. Esse número certamente se refere à carne de gado apenas. Em franco contraste com essa carnificina, toda a pesquisa biológica do país demanda menos de 0,1 rato/pessoa e menos de 1/5000 de macaco por habitante. E isso sem contar os bilhões de crustáceos, moluscos, peixes que morrem asfixiados fora da Água (ou são cozidos vivos) para alimentar seres humanos. Fora, é claro, os 16 bilhões de galináceos sacrificados cada ano para nutrir nossa espécie. Na Suiça, essa questão foi resolvida há alguns anos de Forma democrática e irretorquível. Cerca de 150.000 pessoas apresentaram um abaixo-assinado ao governo central, solicitando a proibição do uso de animais em experimentação biológica. O governo realizou um plebiscito, que decidiu (por forte maioria dos votos) que a experimentação animal é por ora necessária e insubstituível. Com essa decisão encerrou-se o assunto. César Timo-Iaria