Escolas Médicas

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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Com D. João VI fundou-se, em 1808, na Bahia, a primeira escola médica e, ainda no mesmo ano, a segunda no Rio de Janeiro. Cento e cinco anos depois, em 1913, Arnaldo Vieira de Carvalho fundou a sétima escola com o nome de Escola de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A Escola Paulista de Medicina, hoje da Universidade Federal do Estado de São Paulo, foi a décima primeira a ser fundada, e isso ocorreu em 1933. Até 1950, existiam treze escolas e esse número foi dobrado em uma década, e então houve multiplicação indiscriminada e mais cinqüenta foram criadas. Só em 1968 foram criadas onze Escolas Médicas. Hoje temos oitenta e quatro Escolas Médicas mas, com a autonomia da Universidade estabelecida pelo artigo 207 da Constituição vigente, há uma forte Ameaça de criação de outras. Há de se convir que não houve um planejamento adequado para que se preparasse o Corpo Docente para essas escolas e também não se exigiu, para permitir suas instalações, o pré-requisito do Hospital Escola. Assim, elas não têm Corpo Docente titulado e nem Hospital próprio. Houve uma massificação na formação de Médicos. A conseqüência foi a Queda do padrão de ensino. Em que pesem os fatos de a medicina ter o curso universitário mais longo e ser uma das profissões mais procuradas nos exames vestibulares, o que faria supor que, pelo menos teoricamente, se pudesse escolher melhor os alunos, os resultados finais quanto à preparação dos profissionais em tais escolas não é satisfatório. Se, por um lado, as Escolas são muito fracas e, por outro, a medicina progrediu muito, a quantidade mínima do saber está aumentando a ponto de nenhum diplomado sentir-se plenamente capaz de exercer a profissão apenas com o diploma de médico. As Escolas Médicas ficam em permanente programa de reformulação do Curso; o que comprova a insatisfação com seus resultados. Exemplo maior desse Fato é o da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo criando o Curso Experimental de Medicina paralelamente ao tradicional. Podendo assim comparar os resultados quanto ao nível e padrão do médico diplomado em cada um. O Curso Experimental ensina, de maneira diferente; verticalizada ao contrário do tradicional, que é horizontalizada. O que significa dizer que o aluno aprende neste último toda anatomia, toda histologia, depois toda fisiologia e assim por diante, enquanto no experimental, aprende pelos sistemas, anatomia, Histologia e Patologia do Osso e, vê o doente com Fratura e Radiografia. Tal Fato dá enorme Motivação para estudar medicina desde o primeiro dia de aula. É consensual, entre todos, a necessidade de Atualização permanente do médico; todavia, além dessa vigilância científica válida para todos, impõe-se, para os jovens em etapa final de conclusão do curso médico, o Treinamento profissional pelo Sistema de Residência Médica que lhe deve dar também a Capacidade para aprender sem Professor: pela leitura, estudo, pesquisa e Observação. A necessidade de Atualização permanente do médico impõe-se cada vez mais, uma vez que o Progresso é constante. Quando o jovem chega a diplomar-se metade do que aprendeu na escola deixa de ter valor. A outra metade ou é obsoleta ou já não é aceita como lhe foi ensinada. Ao término de seu Treinamento profissional também esta metade já está abalada. Por essa razão, não basta submeter o jovem a Treinamento pela Residência Médica; impõe-se manter o nível de Qualidade do profissional, pela Atualização permanente.