Condicionamento físico

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
Ir para navegação Ir para pesquisar

As freqüentes campanhas alertando a população quanto aos males do sedentarismo têm posto muita gente a correr. Elas têm seus méritos mas, lamentavelmente, padecem da Deficiência de não ter continuidade e também de não alertarem para o Fato de que as respostas diferem para cada pessoa, pois nem todos são iguais e nem se encontram nas mesmas condições físicas. A supervalorização do exercício ilude a todos quanto à esperança de prolongar a vida e esse Fato tem posto muitas pessoas a praticarem o esporte, sem cuidado algum, colocando, muitas vezes, em Perigo suas vidas. É fundamental, para quem pretende beneficiar-se da atividade física, que o faça com critério, ponderação e devidamente orientado. Durante o exercício, a freqüência cardíaca aumenta. É importante saber que há níveis perigosos pelo Fato de Poder alterar o ritmo, causar Deficiência da irrigação, levar eventualmente à estafa muscular, o que pode causar Falência do Coração e até mesmo a Morte do Indivíduo. Entre os cardiologistas não pairam dúvidas de que a segurança, durante a atividade física, está no Fato de a freqüência cardíaca não exceder certos limites. Um gráfico no qual, na ordenada, se represente a freqüência cardíaca e, na abscissa, a Idade da pessoa, mostrará claramente a faixa de segurança. Entretanto, há uma fórmula que, de maneira simplista, não está muito longe da verdade. Estima-se que esta pode ser calculada se diminuirmos de 200 a Idade do Indivíduo. Assim, no Caso de um homem de 50 anos, seu Pulso pode chegar a 150, isto é, 200 - 50 = 150. A Eficiência do condicionamento pode ser estimada pela maior rapidez de o Pulso retornar a seus valores normais quando em Repouso. Os dois elementos referidos - Limite de segurança e Eficiência do condicionamento - podem ser controlados através da freqüência cardíaca, medida pelo Pulso arterial, imediatamente após o exercício e novamente depois de um minuto de Repouso. O grau de condicionamento e seu Progresso podem ser estimados pela rapidez da Queda desse valor. Os Médicos em geral - e o cardiologista em particular - são unânimes em recomendar a Atividade física a todos, como elemento fundamental para promoção de saúde, como ativador das funções vitais, lazer ou recreação, bem como coadjuvante na terapêutica e recuperação de doentes. Ao lado desses dois grupos se agregam o dos atletas, em que a competição é a mola mestra da Motivação da prática esportiva. 1- Atividade física como promoção da Saúde - Estudos demonstram que os benefícios propiciados na ativação da Circulação do sangue, pela prática regular da atividade física, são: freqüência cardíaca e Pressão sistólica alta no auge do trabalho, mostrando uma resposta de bomba eficiente quando solicitado, propiciando oxigenação e Nutrição adequada aos tecidos; rápida Queda da freqüência cardíaca quando cessa a atividade física, comprovando a boa aptidão da bomba que se regula facilmente, voltando às condições basais. Os indivíduos hígidos que praticam Esporte estão diminuindo os fatores de Risco para adquirir coronariopatia arteriosclerótica, ou seja, Doença que estreita as artérias que irrigam a Parede do coração, evitando assim o Infarto do Miocárdio. Todos esses indivíduos devem saber corretamente o que seja condicionamento. Deve haver a preocupação em manter a Saúde e o Coração deve trabalhar dentro de sua Tolerância ao esforço, sem intenção de competir. O Treinamento com finalidade competitiva leva o Indivíduo além de sua Capacidade física, com o objetivo de obter resultados cada vez melhores. É oportuno lembrar a impossibilidade de se fazer poupança de aptidão física. Não adianta e é mesmo muito perigoso fazer ocasionalmente Esporte de maneira exagerada, como no Caso do esportista de fim de semana. Outro alerta deve ser feito àqueles que foram esportistas na juventude e, quando na MEIA idade, se dão conta de que pararam, resolvendo recomeçar. Não são mais os mesmos! Devem fazê-lo com prudência, pois a Ilusão do passado pode levá-los a abusar e assim correr Risco de vida maior. 2- Atividade física coadjuvante no Tratamento - O exercício pode ser praticado por pacientes em várias modalidades de Reabilitação cardíaca, vascular, pulmonar, neurológica, ortopédica e de muitas outras. O exercício feito para Reabilitação cardíaca, em pacientes coronarianos e hipertensos, tem boa repercussão não só orgânica e fisiológica, mas também quanto aos aspectos sociais e psicológicos; sua Eficiência decorre do Fato de alterar a vascularização, fazendo com que apareça Circulação colateral, através da formação de novos vasos sangüíneos, melhorando a irrigação cardíaca - e, portanto, sua Função como bomba -, diminuindo a Pressão arterial basal, melhorando as condições físicas do Indivíduo e apagando a imagem de inválido, promovendo a auto-confiança e integrando-o novamente à sociedade. Esses pacientes devem fazer seu condicionamento assistidos por profissionais competentes, Professor de Educação Física e Cardiologista. É muito importante também que a atividade se desenvolva em Ambiente adequado para que, no Caso de acidentes, haja Assistência cardiológica pronta e correta. 3- Atividade física dos atletas - A Atividade física praticada pelos atletas é muito estudada, em particular pelos seus reflexos na Área cardiológica. Tais manifestações são de tal magnitude que durante muitos anos houve, por Parte dos médicos, até restrição em recomendá-la. O atleta, por meio de um treino físico excessivo, desenvolve uma Hipertrofia cardíaca fisiológica, conhecida como Coração de atleta. Às vezes, as Alterações se confundem com doenças cardíacas, tornando difícil o Diagnóstico diferencial entre elas. Muitas vezes, em vez de terem uma oportunidade de prolongar a vida, acabam precipitando a Morte. Esses comentários e os registros de ocorrências da Morte súbita em atletas não invalidam os benefícios trazidos pela prática, desde que correta, da Atividade física. Algumas recomendações gerais devem ser observadas para que haja oportunidade de se tirar os maiores benefícios da Atividade física com o menor Risco de efeitos colaterais maléficos. 1- Fazer exame médico para iniciar Atividade física programada. 2- Crianças, gestantes, mulheres aleitando, hipertensos, obesos, diabéticos, asmáticos, bem como portadores de outros problemas, devem ser assistidos pelos seus especialistas em intervalos regulares. 3- Os cardíacos devem ser reabilitados pelo Professor de Educação Física, assistidos por cardiologista em Ambiente adequado. 4- Não ser atleta de fim de semana, praticando num só dia, durante longas horas e com muita intensidade, o que deveria ter sido feito no decorrer da semana. 5- Programar a Atividade física que mais agrade, observando fundamentalmente a regularidade, freqüência e intensidade adequada para a Idade e condições de preparo. 6- Reconhecer e respeitar seus próprios limites de Tolerância e Capacidade. Aqueles que praticam Esporte ou fazem Atividade física programada observam que a depressão, a ansiedade, as perturbações neurovegetativas diminuem e apresentam com maior freqüência peso corpóreo, Pressão arterial e Colesterol dentro dos limites da normalidade. A Capacidade física se eleva, isto é, uma tarefa que envolva um determinado Trabalho contínuo, exige de um Indivíduo bem condicionado, esforço físico relativamente menor. Esse conjunto de fatores, proporciona maior Resistência para o Trabalho e o lazer, sensação de bem-estar, auto-confiança e alegria de viver. Os que souberem aproveitar o privilégio da Atividade física programada - integrando-a em seus hábitos pessoais - estarão curados do sedentarismo e ficarão aptos a usufruir os privilégios que o Processo nos tem proporcionado, melhorando progressivamente a Qualidade de vida.