Risco

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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Perda, Perigo de prejuízo.
Evento inesperado, futuro, temido que possa causar Dano.
Integra a idéia de obrigação de Ressarcir os danos ocorridos de Fato temido.
Estratégia de compensação: Direito à redução de riscos por normas de saúde, Higiene e segurança (Constituição da República de 1988, arts.7, inc. XXII e 196) monetização do risco, diminuição da jornada, proibição do Trabalho.
___ nas situações de trabalho, possibilidade de danos em ambientes de Trabalho que por Intermédio de uma Vistoria se identificam os riscos e estima-se sua extensão em relação ao trabalhador, levando-se em conta a natureza da atividade e a exposição do trabalhador à situação de Risco.
___ ocupacional, possibilidade de ocorrência de Perigo ou sinistro em situações de Trabalho acarretando Dano Suscetível de Responsabilidade.
___ profissional, fatos que possam causar prejuízo ao profissional no exercício de sua profissão.
É obrigação legal de reparar os danos advindos dos acidentes Trabalho cometidos ao patrão ou ao Empregado (em infortunística).
Risco,
Estratégia de compensação: Direito à redução de riscos por normas de saúde, Higiene e segurança (Constituição da República de 1988, arts.7, inc. XXII e 196) monetização do risco, diminuição da jornada, proibição do Trabalho.
Probabilidade de Perigo.
Possibilidade de perda, de ocorrer Dano.
___ cirúrgico, considerando-se o que o organismo do Paciente terá que suportar para Responder ao Tratamento é conveniente estimar o que está convencionado chamar de Risco cirúrgico. A Classificação do Risco cirúrgico feita pela Comissão Americana de Anestesiologia fundamenta-se nas condições clínicas pré-operatórias e estabelece cinco classes de Risco. O quadro apresentado a seguir, caracteriza bem cada condição clínica progressivamente mais grave e conseqüente Aumento do Risco cirúrgico.
É de se salientar que, no idoso, o que mais põe em Risco a vida é a arteriosclerose, que vai tornando vulnerável a reserva vital.
Tendo em vista as condições cardíacas do paciente, o Risco operatório foi estimado por Goldmam e colaboradores e, embora esses dados sejam consagrados, a quantificação indicada serve apenas para sugerir o peso maior ou menor de cada elemento no contexto do Caso em Avaliação.
Vale a Pena reproduzir o quadro que estima em pontos o Risco cirúrgico à luz das contra-indicações cardiológicas.
Examinando o paciente, o cardiologista ou o Anestesista dará a cada condição diagnóstica o número de pontos indicados, e a soma significa, em pontos, a nota final, sabendo-se que a pior nota é 50 (cinqüenta).
Do ponto de vista prático, para decisão do cirurgião, é mais importante considerar as contra-indicações cirúrgicas. A) Absolutas: Infarto do Miocárdio Recente; Insuficiência Cardíaca Congestiva; Estenose Aórtica e Mitral Graves. B) Relativas: Infarto do Miocárdio há menos de seis meses; Angina do Peito; Insuficiência Cardíaca Moderada; Cardiopatia Congênita Cianótica com Policitemia Grave.
Cada uma das alternativas é caracterizada pela presença de uma ou mais das condições indicadas e suficiente para Contra- indicar o ato cirúrgico na categoria classificada. Fogem a essa regra as operações sobre o próprio Coração para Tratamento específico do problema que estaria contra-indicando as outras operações. É mister ressaltar que, embora se tenham contra-indicações absolutas em certas circunstâncias, a urgência do Caso exige que se corra o alto Risco calculado, mas não se perca a oportunidade de operar, pois pode ser que esteja na Doença a Causa do Perigo de Morte e que a própria operação venha a removê-la. É o Caso de se acrescentar, além dos já referidos, certas gangrenas produzindo Toxemia grave. O cirurgião tem por obrigação considerar as condições do paciente, avaliar sempre o Risco cirúrgico e conscientizar a família acerca da relação entre o Risco e os benefícios esperados da operação. Todas as precauções são poucas para o cirurgião afastar o Perigo de Morte.
___ de recorrência, (ref. Genética) probabilidade da alteração Genética aparece em membros, em outros familiares.
___ , não há Procedimento profissional isento, imagine-se então aqueles atinentes ao organismo humano, cujo equilíbrio funcional é extremamente Complexo. Para aumentar essa complexidade, some-se a Doença. Assim, um Procedimento do médico ou da enfermagem, com vistas a aliviar a dor ou mesmo preservar a saúde, pode, eventualmente, levar o Paciente à Morte. Tal desfecho pode ocorrer sem que haja Culpa de ninguém, quando o organismo vem a reagir de maneira anômala ao Remédio. Tal Fato decorre dos segredos da vida, ainda não desvendados pelo homem. Pode-se dizer que há riscos inerentes às doenças cujas causas são os próprios métodos terapêuticos. O progresso, pelo melhor conhecimento da essência dos processos de cura, tem diminuído muito a Incidência desses problemas, aumentando a segurança do Tratamento. Entretanto, por outro lado, o mesmo Processo está possibilitando diagnósticos mais precisos e a criação de métodos mais delicados para tratar doenças mais graves em pacientes, até então, tidos como perdidos. São os casos que a linguagem popular sempre rotulou como desenganados. Evidentemente, nem todos os doentes são passíveis de Cura. Muitos são portadores de doenças graves em estágios avançados e sem perspectivas de recuperação. Há situações em que a Doença é tão grave que a sua evolução natural é para a Morte. As reações diante de tais circunstâncias são bem tratadas por Robert Kastenbaum e Ruth Aisenberg. Dentre os que mais sofrem, estão os portadores de Doença crônica e incurável. A cronicidade sugere longo tempo de sofrimento e a incurabilidade sela o destino. Elisabeth Kübler-Ross trata esse tema com muita profundidade. Perante a referida situação, o Paciente costuma reagir de três maneiras: 1- aceita os fatos com naturalidade; 2- aliena-se do seu problema; ou 3- rebela-se. O primeiro grupo reúne a grande maioria dos doentes. Ao ser confirmada a doença, passam por uma fase inicial de grande Tristeza e depois aceitam os fatos com naturalidade e resignação. Esses pacientes cooperam com o médico e com a enfermagem, levam a sério o Tratamento e, sem reclamar, vão se ajustando às novas condições de vida. Procuram encontrar seus limites e buscam atividades alternativas. Eles costumam demonstrar grande vontade de viver e têm satisfação nos menores progressos e alegrias em todas as conquistas. O segundo grupo é o daqueles que, não aceitando a situação, fingem ignorá-la. Comportam-se como se não soubessem o que têm, nem a sua gravidade. Chegam a nem querer saber o nome do próprio médico que os trata. Quando sabem esquecem ou fingem esquecer. Aliás, esquecem mesmo, pois a sua Memória apaga o nome que ele não quer reter, não Fala sobre o assunto e não quer se instruir sobre a Doença para Poder ajudar a si próprio. O terceiro grupo é o dos que, não se conformando com a situação, rebelam-se contra ela. Felizmente, os que o integram não são muitos. Em seu Estado aflitivo tornam-se agitados, prejudicam os companheiros de tratamento, confundindo-lhes as idéias. Em suas horas de intimidade, cada um deles se questiona: por que eu? Não encontrando resposta, revolta-se contra tudo e contra todos. É fácil compreender que a falta de uma boa estrutura psíquica em um Indivíduo que não dispõe de estofo moral e nem de formação religiosa pode perturbá-lo no decorrer da evolução de sua Doença crônica. O desequilíbrio nesta situação leva-o a agredir todos, mas, particularmente, o médico e o Hospital. O primeiro porque é quem diz o que ele não quer ouvir e prescreve o que ele não quer fazer, e o segundo porque é o local onde acontece o que ele não gostaria que ocorresse. Os indivíduos com tal Comportamento podem prejudicar muito outros doentes, pois costumam fazer proselitismo entre seus companheiros de tratamento, inculcando desconfiança em relação ao médico e ao Hospital. Fazem denúncias sem fundamento para prejudicar o serviço. Há certos casos de muita gravidade, para os quais existe alguma esperança, desde que tomadas medidas tidas como heróicas pois, muito embora com alto risco, tais medidas podem oferecer alguma oportunidade de êxito. Nestas circunstâncias, é impossível dizer com segurança qual seria a evolução do Caso adotando-se o Procedimento alternativo. Neste ponto, algumas vezes, aparecem dúvidas quanto à correção da conduta adotada. A posteriori, com os dados da evolução não satisfatória de um procedimento, fica fácil criticar e afirmar que outra conduta teria sido melhor. Para concluir, lembro que notícias alarmantes, explorando os sentimentos do doente triste com o malogro do Tratamento de sua doença, ou de uma família enlutada, não trazem alívio a eles, mas certamente trarão muita apreensão àqueles que, padecendo do mesmo mal, terão de se submeter a Tratamento semelhante.
___ na Prevenção do perigo, parece contraditório, e até certo ponto chocante, admitir-se a existência de Perigo na sua própria Prevenção. Entretanto, o que parece estranho em medicina não o é, como o ilustram as consideraçães que se seguem. É comum o médico, em seu consultório, prescrever penicilina ao Paciente e, logo depois, este retornar, alegando que, na farmácia, para aplicarem a injeção, exigiram que constasse na receita a recomendação para que fosse feito o Teste intradérmico de Tolerância à penicilina. Esse Hábito está arraigado em todo o País. Trata-se de uma conduta errada, que tem origem há mais de meio século. Este procedimento, por aparentar cautela, é muito difundido e chega a induzir o leigo a imaginar que o Fato de o médico não proceder dessa maneira é prova de descuido ou até mesmo de certa displicência. É, entretanto, tão errado recriminar quem não fez ou não mandou fazer a recomendação como elogiar quem a fez. Todas essas alternativas traduzem desconhecimento do que seja certo. Logo, trata-se de Erro. Depois da Segunda Grande Guerra, as Penicilinas foram amplamente comercializadas e, a partir de então, vêm sendo ministradas sob várias formas e por todas as vias possíveis. O primeiro relato de Caso fatal pelo seu uso foi feito em 1949 e, a partir dessa data, ela tem sido a principal Causa da Morte por anafilaxia. O comitê americano responsável pela segurança dos Medicamentos fez um levantamento das reações às drogas, ocorridas de 1964 a 1983, e a penicilina apareceu em décimo lugar nas causas de Morte por esse mecanismo. Admite-se que quatro entre dez mil injeções apresentam reações alérgicas e que duas delas levem o Paciente a óbito. A maneira como é feito o Teste está totalmente errada, pois a fração de penicilina injetada é suficiente para desencadear o Choque anafilático e levar o Paciente à Morte. O resultado do Teste tido como positivo, pelo Fato de apresentar uma reação cutânea, na realidade indica a não existência de Alergia à Droga e que o Paciente pode tomar a injeção de penicilina. Aquela reação avermelhada é decorrente da Distensão da Derme pelo volume do líquido introduzido. Quando a penicilina foi comercializada, existia muita reação pelo Fato de ela conter fragmentos de micélios que eram alergizantes. Atualmente, o grau de pureza é muito grande e praticamente não há resposta alérgica às Penicilinas. Os testes que têm real valor são muito caros e exigem técnicas muito acuradas, sob orientação de especialista para fazê-los. Não há Viabilidade de seu uso de rotina em nosso país. Entretanto, para compensar, na prática da clínica o grupo das Penicilinas é o Antibiótico mais comumente indicado por ter a menor toxicidade e ser o mais barato. Pode ser usado em larga escala sem problemas maiores (Croce). Vários são os mecanismos pelos quais as drogas podem ter uma ação indesejável. Croce e Toledo, assim os relacionavam: superdosagem, efeitos colaterais, efeitos secundários, interações entre drogas, intolerância, indiossincrosias e alergias ou hipersensibilidade. Salientaram os mesmos autores que algumas dessas reações podem ser previsíveis e estão relacionadas às suas ações farmacológicas: são elas superdosagens, efeitos colaterais e secundários, bem como as interações. As imprevisíveis, como intolerância, idiossincrasia e Alergia estão praticamente relacionadas a mecanismos imunológicos dos indivíduos ou a fatores genéticos. Dentro dessa linha de pensamento, é conveniente, também, esclarecer a importância e o significado das reações adversas às drogas, o valor dos testes disponíveis para preveni-las, bem como de seus efeitos secundários. Entende-se por reação adversa uma resposta inesperada, e a tal ponto prejudicial ao paciente, que supere as vantagens dos efeitos esperados. Efeitos secundários são respostas colaterais, de Tolerância maior ou menor, conforme o paciente, mas que não impedem formalmente o uso de Medicamentos. Quando um medicamento ou Droga é posto no mercado, seus efeitos colaterais costumam ser conhecidos e, por lei, aparecem nas bulas dos produtos, alertando o Paciente para o Fato de que tais sintomas podem ocorrer e podem até ser esperados. Entretanto, nem sempre se conhecem os efeitos tardios para o próprio Indivíduo e, muito menos, naqueles em Idade fértil, nas gerações seguintes. Não se restringe apenas ao uso de determinados Medicamentos pela mulher gestante, mas também daqueles produtos que possam vir a produzir mutações genéticas que só irão se manifestar nos descendentes. Aliás, muitos produtos têm sua utilização retardada pela Dificuldade de se garantir a não existência de tais perigos. Os efeitos adversos são inesperados, embora, em alguns casos, se conheçam casos descritos na literatura médica. A existência, no momento, de mais de trinta mil produtos faz que cada médico restrinja seu receituário a um número determinado de produtos. Não fossem as limitações de sua memória, o próprio uso lhe forneceria maior conhecimento a respeito dos resultados previsíveis de seu uso. A indústria farmacêutica, de altíssimo padrão pelo rigoroso Controle de Qualidade de que dispõe, tem contribuído muito para diminuir o Erro das fórmulas manipuladas. O médico moderno não sabe formular e, nas poucas vezes em que utiliza esse processo, dificulta a vida do Paciente que precisa esperar o preparo ou voltar dias depois. As farmácias não estão preparadas para esse Tipo de atendimento; elas mesmas mandam aviar a receita em outras mais capacitadas para tal.
___ operatório, Sin. Risco cirúrgico.
A Avaliação do Risco operatório é o primeiro paradoxo que o cirurgião enfrenta: o que pode curar a Doença pode agravá-la e, às vezes, até mesmo matar. O Conflito dessa dúvida deve ficar exclusivamente no íntimo do médico. A firmeza de sua personalidade, não permitindo transferir insegurança ao doente, sua competência e idoneidade são aferidos na ocasião. A habilidade profissional e a moral darão as diretrizes no Procedimento ao estabelecer o diagnóstico, o Tratamento e ao avaliar o prognóstico. A Concepção do problema para o médico é fundamentada em probabilidade a partir de sua competência e da experiência alheia adquirida através da literatura. Ele decide apoiado em estatísticas próprias e na literatura. Ele pesa todas as alternativas existentes e faz prognóstico para cada uma delas e, com rigorosa crítica, traça a conduta. Se da Parte do médico o raciocínio é apoiado na probabilidade, para o lado do Paciente essa expressão deve ser omitida. Ao se dizer ao doente que a Mortalidade de determinada operação é muito baixa, de apenas 1%, longe de transmitir-lhe tranqüilidade, preocupa-o, uma vez que seu raciocínio é diferente. Ele interpreta o dado apresentado pelo reverso e pensa consigo mesmo: se eu morrer, não morro um pedacinho, morro 100%. Essa digressão é para ressaltar a flexibilidade que deve ter o raciocínio do médico para adequado ajuste em seu relacionamento com o Paciente. É fundamental, nesse relacionamento, a maneira de apresentar ao doente seu próprio problema e as perspectivas existentes. É, entretanto, assunto de Ética a correta utilização dos métodos diagnósticos e também a escolha da conduta, uma vez que a competência profissional é exigência mínima, nem sequer passível de discussão. Dentro da medicina, são os cirurgiões Anestesista e obstetra aqueles que mais Responsabilidade assumem. A decorrência de seus atos pode ser, o mais das vezes, irreversível e, geralmente, irreparável. O Progresso está a criar novas facetas que solicitam mais a judiciosidade do profissional em suas decisões.
___ profissional, (ref. Direito trabalhista) Perigo advindo da natureza de determinada atividade profissional, previsto na legislação trabalhista e garantindo-lhe indenização, em conseqüência, do Dano produzido pelo Trabalho.
___ situações de grande, é muito importante destacar as Situações especiais em que existe grande Risco do atendimento inadequado causar seqüelas definitivas. Refiro-me ao resgate de pacientes acidentados. O Brasil gasta hoje mais de cinco bilhões de dólares por ano em acidentes. Esse valor pode ser reduzido de um terço se o atendimento for correto e imediato. Metade das mortes pode ser evitada se o atendimento ocorrer na primeira hora depois de Acidente. Todo esforço é empreendido para que o atendimento seja feito de maneira correta, mas, segundo Okumura (1994), tudo se perde quando, na entrada do Pronto Socorro, o doente passa da ma
a em que foi removido do local do Acidente até este. O Atendente de enfermagem carrega o doente sem Técnica adequada e, pela mobilização, as lesões da coluna causam secções medulares, tornando-os paraplégicos.
(ref. CID10) [Para as categorias a seguir, as subdivisões de quarto Caráter são: residência – .0; Habitação coletiva – .1; escolas, outras instituições e áreas de administração pública – .2; Área para a prática de esportes e atletismo – .3; rua e estrada – .4; áreas de comércio e de serviços – .5; áreas industriais e em construção – .6; fazenda – .7; outros locais especificados – .8; local não especificado – .9] Risco a respiração devido a desmoronamento, Queda de terra e de outras substâncias, (W77)
Riscos especificados à respiração, (W83)
Riscos não especificados à respiração, (W84).