Errar, coragem de

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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Há um Limite do Procedimento médico e particularmente do cirurgião, em que o convencional e bem estabelecido bom senso mandam que se pare. A insatisfação do médico, entretanto, pode gerar forças suficientes para levá-lo à procura de mais uma oportunidade para o doente. Ele sabe que seu Paciente estará correndo elevado Risco de vida. É esse um momento de grande Conflito. Não há quem, na plenitude de sua experiência cirúrgica, não tenha padecido a Angústia de tais instantes. Eles costumam ser relativamente curtos, mas parecem extremamente longos e exaustivos.
No Congresso do Colégio Internacional dos Cirurgiões em Goiânia, GO, em 1994, o Prof. David Rosenberg, da Escola Paulista de Medicina, citou o Dr.Fortner, do Memorial Hospital de Nova York, detentor da maior experiência em operações bem sucedidas, com menor Índice de mortalidade, o qual, não se conformando em deixar sem esperança os pacientes tidos como inoperáveis, decidiu fazer o que veio a chamar de pancreatectomia regional, obtendo sobrevida em 25% dos casos. Trata-se de atitude corajosa. Poucos podem assumir tal postura, pois sabem das críticas que podem advir e da Responsabilidade que o ato envolve.
É louvável sua coragem, pois conseguir salvar vidas tidas como perdidas é o mais forte ato de coragem de errar, no exercício da medicina.