Aprimoramento do médico

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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A evolução da medicina apresenta fenômenos interessantes quanto ao Comportamento do médico à procura de seu aprimoramento. Nesse processo, as tendências alteram-se e muitos conceitos modificam-se. As quatro áreas da medicina consideradas fundamentais (clínica médica, cirurgia, Pediatria e obstetrícia) são o Ponto de partida para toda Especialização. O médico bem formado deve, ao terminar seu curso, ter de todas elas, conhecimento adequado. O primeiro passo na Especialização do médico é a limitação de suas atividades a uma das referidas áreas, já que o Progresso tem acumulado tantos conhecimentos que se torna muito difícil o domínio completo de cada uma dessas áreas por uma só Pessoa. O antigo conhecimento enciclopédico é hoje impossível de ser cultivado. Esse Fato está conduzindo a divisões da matéria, para que ela seja dominada de maneira correta e com profundidade. Assim, nasce uma especialidade. Seu cultor é o especialista, que deve conhecer amplamente o que é básico e ter um saber em profundidade daquela Área delimitada, de modo a dominá-la corretamente. A divisão dessas áreas do conhecimento, que se tornam especialidade, obedece a vários critérios, tais como: topográfico, de órgão, de função, de doenças, pelo método diagnóstico, quanto aos tipos de terapêutica, além de outros. Muitas vezes o desenvolvimento de uma dessas áreas corre por conta da focalização por meio de prisma de outra especialidade da própria medicina ou, até mesmo, de matérias não médicas. Do Progresso alcançado pela metodologia de exame comum a diversas especialidades, pode resultar uma outra especialidade.
Dessa evolução com divisão de áreas, embricamento de métodos, grupamento de técnicas e novas formas de visão, pode resultar uma segunda geração de especialidades, a assim chamada superespecialidade. Um fato, porém, é constante: a inovação é sempre fiel à exigência de conhecimento melhor de Área menor. O aparecimento natural de uma superespecialidade, englobando razoável quantidade de matéria ou tendo extrema diferenciação metodológica, impõe que se programe a formação de pessoal para trabalhar nesse campo. Nem sempre é fácil indicar, a um jovem, o caminho correto para chegar a ela, com Base e Capacidade para desenvolvê-la. A reflexão sobre o problema de formação e Treinamento de atualização do especialista leva a raciocínios controvertidos. Uma verdade não deve ser esquecida. O jovem deve especializar-se só depois que seu alicerce cultural, seja dentro da profissão ou fora dela, esteja consolidado. Ele deve encarar sempre a superespecialização como refinamento do especialista bem formado e maduro. Para elucidar o que digo, basta lembrar, dentro da própria cardiologia, duas superespecialidades: Cardiologia pediátrica e Radiologia cardíaca. No primeiro caso, imaginem-se duas alternativas: primeira, a do pediatra que se aprimora em Cardiologia e, a segunda, a do cardiologista que, estudando as afecções cardíacas congênitas, tem maior número de crianças como pacientes e, então, sente necessidade de conhecimentos maiores de Pediatria. Esta seqüência parece a mais natural. Vejamos, como exemplo, o Caso daquele que se vai dedicar à Radiologia do Coração. A pergunta que se põe é: deve ser ele radiologista voltado para os problemas cardíacos ou um cardiologista que se preocupa com este método propedêutico? Qualquer das vias parece válida. Porém, Caso se tenha de recomendar a um jovem um dos caminhos, a opção melhor será a que propicia maior Base e melhor aprimoramento. Certamente a segunda será a natural.