Fonomecanocardiografia

Representação gráfica dos achados da Ausculta cardíaca. Por esta razão, os dados e conceitos fornecidos por esses dois métodos semiológicos quase sempre se confundem. A mecanocardiografia, por sua vez, além de propiciar elementos peculiares, úteis para o Diagnóstico das diferentes cardiopatias, permite estabelecer a exata cronologia dos fenômenos acústicos originados pelo funcionamento do Aparelho cardiovascular. As primeiras tentativas de registro dos ruídos cardíacos foram feitas por Huerthle em 1893, utilizando Dispositivo que inscrevia os fenômenos captados por um microfone de bobina de indução, gerando sinais elétricos que excitavam uma preparação nervo-músculo de rã. Einthoven e Geluk, um ano após, substituíram a preparação nervo-músculo por um eletrômero Capilar e melhoraram os traçados obtidos. Com a descoberta do Galvanômetro de corda, em 1903, Einthoven conseguiu os primeiros fonocardiogramas tecnicamente aceitáveis. A introdução da Cápsula segmentar de Frank, em 1904, permitiu registros mecânicos de boa Qualidade tanto do Coração como dos Vasos sangüíneos. Modificações desse Dispositivo foram realizadas por Gerhartz, Garten, Ohn e Hess, tornando o método cada vez mais acurado. Grande avanço nos conhecimentos da fisiologia cardíaca foi conseguido por Wiggers, ao descrever de maneira magistral os intervalos sistólicos e diastólicos do Ciclo Cardíaco. Outros autores contribuíram para o desenvolvimento do método fonomecanográfico nas décadas de 30 e 40, destacando-se os nomes de Wolferth e Margolis, Orias e Braun-Menendez, Duchosal, Liane e Racine. Ênfase deve ser dada ao Trabalho de Mannheimer, que em 1940 desenvolveu o primeiro Sistema de filtragem dos ruídos captados, empregando vários tipos de filtros com faixas de freqüência diferentes. O emprego de tubos de raios catódicos para a visualização e registro dos sons cardíacos, em 1949, permitiu que o método atingisse nível de fidedignidade indispensável para o relacionamento dos eventos acústicos aos dados hemodinâmicos observados em diferentes patologias do Aparelho cardiovascular. Paulo Jorge Moffa