Capital intelectual

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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Capital intelectual, em todas as épocas, tem representado um dos mais relevantes e básicos fatores de desenvolvimento das sociedades. Atualmente, porém, aumenta cada vez mais sua importância, sobretudo nas organizações econômicas da emergente Sociedade do Conhecimento. Entre as explicações para sua crescente valorização, destaca-se a acelerada desmaterialização da riqueza e, como decorrência, maior destaque dos ativos intangíveis provenientes da Inteligência humana e dos recursos intelectuais, tanto na economia em geral como na economia das empresas. Recentemente, entretanto, outro fator especialmente significativo é a revolução que a combinação de computadores e de redes globais trouxe à informática, provocando radical diminuição do custo e do tempo das informações que a empresa necessita para conhecer seus mercados. Uma das mais promissoras conseqüências dessa combinação, é a Implantação de sistemas inteligentes, rápidos e conectivos, que proporcionam às empresas ganhos de custo e de tempo, com estruturas horizontalizadas e menores. E então, desenvolve-se a Estratégia de identificar quais as melhores camadas horizontais na cadeia de suprimentos de uma empresa. Desenvolvem-se, também, análises para avaliar as vantagens comparativas da horizontalidade empresarial em relação à solidez e à economia de escala anteriormente oferecidas pela verticalização ou integração de empresas. Segundo Karlgaard, as melhores camadas horizontais estão reservadas às empresas que conseguem identificar, alimentar e direcionar o Capital intelectual mais rapidamente e de modo mais completo. Ou seja, são os pontos fortes e os pontos fracos do Capital intelectual de uma empresa que lhe asseguram melhor ou pior posição no mercado. E exemplifica – na linha de melhor situação, primeiramente está a Microsoft, depois os fabricantes de Pcs do Texas, em seguida as indústrias coreanas de chips para memória, os fabricantes de placas da Malásia, e assim por diante, em ordem decrescente. Além disso, como explicam Edvinsson e Malone (1998), o Capital intelectual é importante para conhecimento das raízes do valor de uma empresa e a mensuração dos fatores dinâmicos ocultos que formam a Base da Parte visível da empresa, isto é, os edifícios e os produtos. Esclarecem que esses fatores ocultos apresentam-se sob duas formas principais: 1) o capital humano (que não pode ser propriedade da empresa) – compreende o conhecimento, a experiência, o Poder de inovação, a cultura, a filosofia da empresa etc.; e 2) o capital estrutural (que, ao contrário do capital humano, é negociável porque pode ser propriedade da empresa) – é constituído de softwares, bancos de dados, patentes, marcas registradas, entre outros. Todavia, é difícil a captação do Capital intelectual pelo Sistema tradicional de contabilidade. Na prática, esse capital esconde-se no lançamento contábil referente ao “fundo de comércio”, tais como o prestígio de uma empresa, o relacionamento com seus clientes, fornecedores e o público, bem como outros fatores que compõem o conjunto de “ativos intangíveis”. E como freqüentemente se verifica, os ativos intangíveis podem ultrapassar várias vezes o valor contábil tangível de uma empresa. O exemplo mais citado é o da Microsoft, cujas ações são negociadas por dez vezes o seu valor contábil, ou seja, 90% de seu valor é intangível... Assim, o valor real de uma empresa vai se deslocando dos prédios e dos estoques para o capital intelectual, e exigindo a reformulação da contabilidade tradicional que marcou a Era Industrial. Os co-autores citados, Edvinsson e Malone, apresentam uma fórmula de James Tobin para medir o capital intelectual, na qual o Capital intelectual (CI) de uma empresa é igual ao seu valor de mercado (VM), menos o valor contábil (VC): CI= VM – VC. Em síntese, os novos papéis do capital intelectual, bem como sua mensuração em qualquer Tipo de empresa, na prática estão provocando transformações revolucionárias na economia empresarial e na própria economia moderna. Diva Benevides Pinho