Calendário

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
Ir para navegação Ir para pesquisar

Cerca de 5.000 anos atrás os sacerdotes egípcios já haviam calculado que o ano (isto é, o tempo que o Sol leva para retornar à mesma posição relativa no céu à mesma hora) durava 365,25 dias. Essa precisão, extraordinária para aquela época, devia-se às cuidadosas medidas da posição do Sol, do que resultou a Identificação do equinócio da primavera e do equinócio do outono, que ocorrem dia 20 ou 21 de março e 22 ou 23 de setembro no hemisfério sul, respectivamente, e ao contrário no hemisfério norte. Nesses dias o Sol passa pelo Equador em seu movimento aparente e, por conseguinte, a duração do dia é igual à duração da noite. Das medidas dos egípcios resultou também a Identificação do solstício do inverno, dia em que o Sol atinge o ponto mais ao norte no inverno do hemisfério sul e mais ao sul no inverno do hemisfério norte, e o solstício do verão, quando ocorre o inverso. A faixa do céu compreendida por essas duas posições denomina-se zodíaco e tem cerca de 18o de largura; é dentro dessa região que o Sol e todos os planetas (exceto Plutão) se deslocam aparentemente ao longo do ano. É também dentro dessa faixa que vários sacerdotes e astrônomos da antigüidade “situaram” as 12 constelações zodiacais que ainda alimentam o folclore horoscópico. E, a propósito, existem atualmente no mundo dezenas de vezes mais astrólogos do que astrônomos e talvez milhares de jornais publiquem enganadores horóscopos diariamente mas nada dizem sobre astronomia, o que é uma verdadeira calamidade. Nos equinócios o dia e a noite têm a mesma duração. No solstício de verão o dia é o mais longo do ano e a noite a mais curta; no solstício de inverno a noite é a mais duradoura e o dia é o mais breve. É nos dias dos solstícios que a Terra atinge as duas extremidades do grande Eixo da elipse de sua Órbita e a seguir inicia a volta, até atingir cada uma das duas extremidades do pequeno eixo, quando ocorrem os dois equinócios. Os egípcios dividiam o Calendário em 12 meses de 30 dias, o que equivalia a 360 dias. Os 5 dias que sobravam eram situados no final do ano, completando os 365 dias. Ainda faltava ¼ de dia, Equivalente a 6 horas atuais. A diferença era compensada com um dia extra cada 4 anos, tal como em nossos tempos. Portanto, 5.000 anos atrás o Calendário egípcio era, em termos de tempo, praticamente igual ao atual. Quando Julio Cesar conquistou o Egito para Roma tomou conhecimento desse Calendário e resolveu adotá-lo, para substituir o irracional Sistema romano, em que o Calendário era móvel e freqüentemente alterado para encurtar o mandato de políticos que se opunham ao Poder constituído em cada época, casuismo de fazer inveja ao dos políticos brasileiros! O Calendário Juliano (nome adotado em homenagem a Julio Cesar) modificou o Calendário egípcio, abolindo os 5 dias de cada fim de ano, e os distribuiu ao longo do ano. Por isso janeiro, março, maio, julho, agosto, outubro e dezembro têm 31 dias e abril, junho, setembro e novembro têm 30; a diferença corre por conta de fevereiro, que tem 28 dias. O ¼ de dia foi colocado cada 4 anos em fevereiro, os anos bissextos. Os romanos já dividiam os anos em meses e estes em semanas de 7 dias, levando em consideração as fases da Lua, critério que prevalece até hoje. Antes da reforma do Calendário o ano romano iniciava-se no que é hoje o mês de março e os nomes dos meses homenageavam os deuses da mitologia romana. Março, por exemplo, era dedicado a Marte, janeiro homenageava Janus, junho correspondia a Juno porém os quatro últimos meses eram ordinais, isto é, sétimo era setembro, oitavo era outubro, nono era novembro e décimo era dezembro, nomes que prevalecem até hoje, embora esses meses tenham atualmente nova posição ordinal no ano. Após a reforma juliana o ano passou a iniciar-se no que é atualmente janeiro. Para homenagear Julio Cesar o Senado Romano atribuiu ao quinto mês de então (Quintilis) o nome de Julius (julho atual) mas na época de Cesar Augusto o mês seguinte a Julius foi dedicado a esse imperador romano com o nome de Augustus, que resultou no agosto atual. Por conseguinte, a fofocada romana impôs seu tremendo peso à nomenclatura dos meses até nossos dias, como a americana impõe seu peso a quase todas as atividades do mundo em nossos tempos. Os que realizaram a Revolução Francesa em 1789 queriam alterar tudo no planeta e inventaram novos nomes para os dias da semana e dos meses, assim como sua duração, porém suas inovações foram revogadas alguns anos mais tarde, quando os desmandos dos revolucionários acabaram na ditadura de Napoléon Bonaparte. A duração de 1 ano, que é exatamente o tempo que a Terra leva para retornar ao mesmo ponto aparente em sua translação ao redor do Sol, não é precisamente 365 dias e 6 horas atuais mas 365,24219 dias (incrivelmente próxima dos 365,25 dias egípcios), isto é, aproximadamente 365 dias, 5 horas e 49 minutos. Contando-se 365 dias e 6 horas cada ano, aos poucos acumulava-se um Erro que chegava a 1 dia cada 125 anos, Erro já inteiramente perceptível naquela época. Em 1582 o papa Gregorio XIII promulgou a reforma que resultou no Calendário atual, dito Calendário Gregoriano, o qual corrigia o Erro cumulativo, acertando o Calendário cada 4 séculos (atualmente preconiza-se o acerto de 4.000 em 4.000 anos). Naquele ano, 1582, o mês de outubro foi encurtado de 10 dias, zerando a diferença desde o tempo de Julio Cesar. O atual Calendário acumulará um pequeno Erro que atingirá 24 horas em 4085, quando será peciso pular um dia. Desse modo, o Calendário Gregoriano será satisfatório até cerca do ano 20000. Os ingleses, já então anglicanos, em cisma religioso com as demais seitas cristãs e sobretudo fervorosos anticatólicos, somente adotaram o Calendário Gregoriano em 1752, quando abandonaram o absurdo lema de que era “melhor estar errado com o Sol do que estar certo com o papa”. O acerto necessário, já muito retardado, causou ampla confusão na Grã-Bretanha porque a população achava que estava sendo lesada, uma vez perdia os dias de suas vidas que desapareceram do calendário, organizando-se grandes demonstrações, greves e conflitos que duraram largo tempo. Posição igualmente irracional dos povos anglófonos, originalmente contra os franceses, que o inventaram, foi a recusa de aceitar o Sistema Métrico Decimal em favor do atrasado e ridículo Sistema de polegadas, pés, jardas, milhas, onças, quilates, nós etc. Existe atualmente uma Associação Internacional pela Reforma do Calendário, que propõe estabelecer o ano de 12 meses divididos em 4 estações de 90 dias cada uma. Cada ano e cada mês começarão no mesmo dia da semana, o que simplificará sobremaneira nossas vidas se esse Sistema algum dia fôr adotado. A diferença acumulada será compensada em anos bissextos, mas os dias compensados cairão fora das semanas, com o que o Sistema de dias em mesmos dias da semana não será afetado. Dado que a Humanidade não gosta de executar mudanças úteis (tanto que a largura das telas de televisão ainda é medida em polegadas, o diâmetro dos canos e dos parafusos também, a altura de vôo dos aviões é calculada em pés, mesmo nos países que adotaram o Sistema Métrico Decimal) é pouco provável que a Associação consiga impor o novo e mais racional Calendário. (César Timo-Iaria)
___ civil, aquele em que se considera o ano como formado de um número inteiro de dias e meses, segundo as Regras próprias de cada povo ou Nação.
___ de cronotanatognose, método idealizados para estimar o tempo da Morte.
___ de Tanner de Abreu, estimativa de tempo de óbito.
Decorre das fases de Putrefação.
Mancha verde abdominal que aumenta com o tempo do óbito.
___ de Vibert, tempo de Morte calculada com a perda da Temperatura cadavérica até o desaparecimento da rigidez e aparecimento de Mancha verde abdominal.
___ eclesiástico, o Baseado nas festas móveis das igrejas cristãs.
___ egípcio, usado no antigo Egito, formado por anos de 365 dias grupados em 12 meses de 30 dias e cinco dias epagômenos que o completavam.
___ grego, usado na Grécia antiga, originário de Atenas, com um ano do Tipo lunissolar. Era formado de 12 meses de 29 e 30 dias, alternados, começando próximo do solstício do verão, e mais curto cerca de 11 dias que o ano solar. Esta diferença se acumulava de modo que em oito anos havia um excesso de 87 dias, que eram compensados com o aparecimento de três anos de 13 meses em cada oito anos, os denominados anos embolísmicos de 383 dias.
___ gregoriano, Gregório XIII ordenou que a quinta-feira 4 de outubro daquele ano fosse imediatamente seguida da sexta-feira 15; suprimiu a seguir os anos bissextos seculares, salvo aqueles cujo milésimo seja divisível por 4, criando assim o Calendário que leva seu nome (ainda há um Erro de um dia em 4.000 anos). Atualmente está adiantado em 13 dias com relação ao juliano.
___ israelita, Calendário lunar constituído de 12 meses de 29 e 30 dias, que principiam sempre na lua nova. O ano civil israelita tem 354 dias, e para fazê-lo coincidir com o ano solar se introduzem sete anos embolísmicos de 13 meses em cada grupo de 19 anos.
___ juliano, subsistiu até meados do século XVI, admitia três anos comuns de 365 dias, seguidos de um ano bissexto, em que se acrescentava um dia suplementar no mês de fevereiro. No decurso de séculos, a diferença entre o ano solar e o Calendário foi-se acumulando: em 1582 o atraso deste era de 10 dias.
___ lunar, organizado com Base específica na revolução lunar.
___ lunissolar, leva em conta simultaneamente as revoluções da Lua em torno da Terra, e desta em torno do Sol.
___ muçulmano, Calendário lunar constituído de 12 meses de 30 e 29 dias, que principiam sempre na lua nova. O ano civil muçulmano tem 354 ou 355 dias, e o início do ano retrograda de 10 a 11 dias em relação ao ano do Calendário gregoriano.
___ perpétuo, formado de jeito que as datas do ano são fixas em relação aos dias da semana. Proposto várias vezes, sob diversas formas, ainda não foi adotado, em razão das dificuldades que uma reforma mundial teria de enfrentar.
___ republicano (França), foi instituído pela convenção nacional, em 24 de novembro de 1793. O ano começava no equinócio do outono (22 de setembro) e era repartido em 12 meses de 30 dias cada um, mais 5 ou 6 dias complementares, que deveriam ser consagrados à celebração de festas republicanas.
___ romano, contou, a partir de Numa, 12 meses lunares. No ano 708 de Roma, Júlio César quis pô-lo de acordo com o curso do Sol, que se acreditava ser, exatamente, de 365 dias e ¼.
___ solar, organizado com vista especificamente à revolução da Terra em torno do Sol.