Fístula

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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Conduto anormal, estreito, Congênito ou adquirido.
Dá passagem a líquido natural ou a Secreção.
Comunica cavidades aos exterior.
Comunicação entre dois Órgãos ocos entre si.
___ artério-enteral, complicação rara de Úlcera do Aparelho digestivo, quando ela perfura sobre uma Artéria e os sucos Digestivos a corroem.
Ocorrência raríssima e com probabilidade maior de ocorrer dentro da referida raridade, envolvendo Úlcera duodenal e Aorta abdominal.
Manifestação clínica alarmante caracterizada pelo choque, Hemorragia digestiva maciça.
Diagnóstico difícil.
Tratamento cirúrgico imediato.
Altíssima Mortalidade.
___ arteriovenosa, o mesmo que Aneurisma arteriovenoso.
Dilatação da Artéria comunicando-se com uma Veia. Etiologia traumática. A Lesão de uma artéria, quando concomitante a uma de veia, produz Hemorragia que, quando contida pelas estruturas, determina a formação de um Hematoma; este pode constituir-se numa frágil Parede que faz integrar Artéria e Veia. Dentro dessa estrutura o Sangue arterial pode passar distalmente, e em Parte pode escapar para o território venoso, instalando-se assim um curto circuito. Há repercuções hemodinâmicas imediatas e tardias, locais e sistêmicas, quando da instalação da fístula, bem como na supressão da mesma. O exame físico revela, além do tumor, o característico sopro sistólico com reforço diastólico lembrando o ruído de locomotiva. Arteriografia é exame complementar útil, pois mostra o local e o calibre da intercomunicação. A ultra-sonografia e a Arteriografia computadorizada também podem ser úteis. O Tratamento correto consiste em restaurar Artéria e Veia. No Caso da Veia ser de calibre pequeno, e não ser única, é mais simples ligá-la, e o resultado é o mesmo. Hemodinamica: o estudo da Adaptação à físstula foi feito por Holmam em 1930 e considera a volemia, o ritmo cardíaco, a Pressão do Pulso e a venosa, o rendimento cardíaco, o volume Cardíaco e a Circulação colateral, quando a fistula se estabelece e quando curada. Em ambos os eventos considera a resposta imediata e a tardia. Estima-se que exista hoje, no Brasil, milhares de pacientes na expectativa de uma Fístula arteriovenosa para garantir-lhe a vida. São renais crônicos que, mais cedo ou mais tarde, ficarão dependentes do rim artificial cujo uso somente será viável na eventualidade da existência de uma Rede venosa exuberante. Duas ou três vezes por semana, anos a finco, até o final de suas vidas, as veias serão utilizadas para longas horas de sessão de Hemodiálise. Este fato, por si só, é suficiente para indicar a magnitude do problema e justificar o permanente estudo do Comportamento da Veia submetida ao regime arterial. É mister que cada vez mais se conheçam melhor as transformações pelas quais ela passa para que se aprimore a técnica, e previnam-se os acidentes e as Complicações que pioram as condições já precárias de um doente tão grave. A instalação de uma Fístula arteriovenosa tem, por Parte do organismo, Adaptação com repercussões locais, gerais e ambas manifestam-se imediata e tardiamente. Há de se considerar, no momento em que se instala a Fístula e dependendo de seu tamanho e proximidade do coração, a elevação da Pressão venosa, a Queda da Pressão arterial, o Aumento da freqüência cardíaca e o rendimento Cardíaco aumentado. O mecanismo de Adaptação do organismo instala-se imediatamente após a Implantação da Fístula e, lenta e progressivamente, ele vai transformando o quadro clínico com a volta da Pressão arterial inicial, diminuição da freqüência cardíaca e Adaptação do rendimento cardíaco, mas com a permanência da Hipertensão venosa em níveis elevados, aproximando-se cada vez mais dos valores da Pressão arterial do Paciente e expansão dessa manifestação na Rede venosa circunjacente. O evidente predomínio das Alterações para o lado da Rede venosa impõe uma permanente preocupação na compreensão do que pode estar ocorrendo no regime novo de pressão, cerca de dez vezes maior que a Anterior e sob ondas de freqüência Intermitente e durante as vinte e quatro horas do dia. É evidente, pois, que há necessidade do estudo ultra-estrutural das Alterações que ocorrem na veia, agora com Função de Artéria. A primeira descrição de um Caso clínico de Fístula entre Artéria umeral e Veia basílica, foi apresentada por William Hunter (1757), demonstrando a existência de frêmito e sopro que desapareciam pela Compressão da Parte proximal da Artéria. Chamou a Atenção sobre o aspecto tortuoso e alargado da Artéria na Parte proximal da Fístula. Apesar de todo conhecimento adquirido até hoje a respeito das Alterações morfológicas e hemodinâmicas decorrentes da instalação de fístulas arteriovenosas, e do Progresso nas restaurações vasculares utilizando a Veia como substituto arterial ideal, ainda existem muitos aspectos a serem elucidados para a boa compreensão do que ocorre com uma Veia que, subitamente, passa a ter Função de Artéria. A experiência tem-nos sugerido que o Comportamento dessas veias, ao longo do tempo, caminha tanta para a Dilatação quanto para a Trombose e degeneração, levando-nos a encará-las como padecendo de um Processo Análogo ao da arteriosclerose, ou de uma Variação em sua estrutura e Morfologia. Enquanto muito se sabe clínica ou mesmo histologicamente na Área morfológica, pouco se sabe o que ocorre na ultra-estrutura do Tecido. A literatura internacional é carente de pesquisas ultra-estruturais específicas sobre veias submetidas ao regime arterial. Em decorrência dessa falta utilizamos, para fins de raciocínio, analogias tomando o Enxerto de Veia como o modelo que, embora com certas reservas, é, a nosso ver, o que mais se aproxima da Fístula arteriovenosa. Para bem transmitir a analogia entre as duas situações vamos expôr como a natureza responde às três alternativas em que se usa a Veia como substituto arterial. A substituição arterial, utilizando a Veia safena magna devalvulada no seu próprio leito In situ'' preserva os Vasa vasorum e apresenta o endotélio lesado, as tributárias são ligadas no ato ou posteriormente. A substituição arterial utilizando um Segmento de Veia contrário ao natural – invertida – para neutralizar a septação das válvulas, deixa a extremidade de menor calibre da Veia em posição proximal, acarretando Estreitamento da luz do Enxerto prejudicando, assim, o fluxo sangüíneo. Neste caso, os Vasa vasorum são destruídos, o endotélio preservado e as tributárias seguramente ligadas. A substituição arterial utilizando a Veia devalvulada e reimplantada – não invertida – destrói os Vasa vasorum e o endotélio, mas há a segurança de que todas as tributárias sejam ligadas. Desde o início do século, este problema é estudado sob o referido ponto de vista. Os primeiros trabalhos experimentais utilizando a Veia como Artéria foram realizados em 1906 por Carrel e Guthrie. Já naquela época os autores afirmavam que a Veia sofria transformações para assumir a Função de Artéria. Comentavam sobre Alterações anatômicas na Parede da Veia que era fina com as camadas elástica e muscular modificadas tornando-se espessas após alguns meses, provavelmente devido à Pressão elevada. Atualmente, apesar do grande número de enxertos de veias utilizados para revascularização, ainda muito pouco se sabe sobre as Alterações morfológicas que ocorrem após sua Implantação no Sistema arterial, pelo menos no que se refere a nível ultra-estrutural. (Salvador José de Toledo Arruda Amato)
(ref.
instrumental cirúrgico necessário para a execução da operação) Pinças Bulldog de Bakey de 5,5cm, 6,5cm e 6cm; cabo de Bisturi nº 3 e 4; Cúpula de aço-inox; par de afastador Farabeuf 1,0cm x 11cm (2 peças); par de afastador San Müller (2 peças); pinças Adson com e sem dente de 13cm; pinças anatômicas com e sem dente de rato de 14cm; Pinça anatômica de Bakey de 14cm; Pinça baby Mister de 14cm; Pinça Backaus de 9cm; Pinça de Cheron de 25cm; Pinça Halstead mosquito curvo; Pinça micro Adson 9,5cm; Pinça Mixter de 19cm; Pinça Monyhan de 18cm; porta Agulha Mayo-Hegar de 16cm e 13cm; porta Agulha Ryder (QW-724-14) 13cm; tesoura de Metzembaun curva de 14cm; tesouras de Potts de 17cm e 18cm. (Ver: Arteriosclerose experimental, Arterialização da veia, Veia arterializada.)
___ enxerto-enteral, complicação dos enxertos da Aorta com rotura no Aparelho digestivo.
Extremamente raro, alarmante e com alta Mortalidade.
O primeiro Sintoma costuma ser Hemorragia digestiva em doente que tem Prótese de Aorta abdominal.
Aparece tardiamente e costuma preferencialmente decorrer de um aneurisma, que aparece na Sutura proximal, rompendo-se para o Duodeno.
O Tratamento cirúrgico urgente impõe-se estancando a Hemorragia e depois restaurando a Artéria “in loco”, ou por Implante extra-anatômico, na Dependência das condições do Paciente.
(ref. CID10) Fístula anal, (K60.3)
Fístula anorretal, (K60.5)
Fístula arterial, (I77.2)
Fístula arteriovenosa adquirida, (I77.0)
Fístula arteriovenosa cerebral adquirida, (I67.1)
Fístula arteriovenosa coronária adquirida, (I25.4)
Fístula arteriovenosa de vasos pulmonares, (I28.0)
Fístula articular, (M25.1)
Fístula cérvico-auricular, (Q18.1)
Fístula cervicovesical, (N82.1)
Fístula colecistico duodenal, (K82.3)
Fístula colecistocólica, (K82.3)
Fístula coledocoduodenal, (K83.3)
Fístula congênita do lábio, (Q38.0)
Fístula congênita do pavilhão, (Q18.1)
Fístula congênita do Reto e do ânus, (Q43.6)
Fístula congênita útero-digestiva ou útero-urinária, (Q51.7)
Fístula da mastóide, (H70.1)
Fístula da Vesícula biliar, (K82.3)
Fístula de Glândula salivar, (K11.4)
Fístula de via biliar, (K83.3)
Fístula do apêndice, (K38.3)
Fístula do Estômago e do duodeno, (K31.6)
Fístula do intestino, (K63.2)
Fístula do labirinto, (H83.1)
Fístula do Reto para a pele, (K60.4)
Fístula do Útero à Parede abdominal, (N82.5)
Fístula entero-uterina, (N82.4)
Fístula êntero-vesical, (N32.1)
Fístula entre a Veia porta e a Artéria hepática, (Q26.6)
Fístula gastrocólica, (K31.6)
Fístula gastrojejunocólica, (K31.6)
Fístula genitocutânea feminina, (N82.5)
Fístula lacrimal, (H04.6)
Fístula liquórica, (G96.0)
Fístula mediana da Face e do pescoço, (Q18.8)
Fístula pós-operatória persistente, (T81.8)
Fístula retal, (K60.4)
Fístula reto-vaginal congênita, (Q52.2)
Fístula retovaginal, (N82.3)
Fístula salivar congênita, (Q38.4)
Fístula traqueoesofágica congênita sem outra especificação, (Q39.2)
Fístula traqueoesofágica congênita, sem atresia, (Q39.2)
Fístula ureterovaginal, (N82.1)
Fístula uretral, (N36.0)
Fístula uretroescrotal, (N50.8)
Fístula uretroperineal, (N36.0)
Fístula uretrorretal congênita, (Q64.7)
Fístula uretrorretal, (N36.0)
Fístula uretrovaginal, (N82.1)
Fístula urinária sem outra especificação, (N36.0)
Fístula útero-uretérica, (N82.1)
Fístula úterovesical, (N82.1)
Fístula vagina-cólon, (N82.3)
Fístula vagina-intestino delgado, (N82.2)
Fístula vaginoperineal, (N82.5)
Fístula vesical, (N32.2)
Fístula vésico-retal, (N32.1)
Fístula vesicovaginal, (N82.0)
Fístulas do Trato genital feminino, (N82).