Dor

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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(CID10 – R52) Impressão anormal, desagradável e que produz sofrimento recebido de uma Parte do Corpo e percebida pelo Cérebro. A dor tem grau variado de todas as sensações sejam externas, especiais ou gerais, ou internas. Ela não é propriamente uma espécie particular de sentido. O organismo não tem Órgão para captá-la como tem para os demais sentidos. O correto é chamar de sensação de dor. As dores são diversas das sensações normais e decorrem do modo de ação de seu Agente ou seja das condições do Aparelho que a recebe e a transmite ou ainda devidas às condições cerebrais independentemente das condições normais dos demais elementos ou mesmo da interrupção das vias de Comunicação. Há ainda um gênero de dor forte decorrente do modo anômalo de inervação dos Órgãos das vias ou do local no Cérebro onde os estímulos chegam e também pela Dificuldade de entendimento cerebral de múltiplos estímulos que chegam juntos.
Fisiopatologia: para que o Córtex cerebral receba a informação de sofrimento que será interpretada como dor, há necessidade de haver estímulo das terminações específicas para captação da dor, a Transmissão pelas vias próprias ou Lesão no Cérebro que seja por ele recebida como tal. Johan Hugues e Hans Karterlitz (1975) descobriram as encefalinas. Em 1979, Roger Guillemin descobre que estas são semelhantes às endomorfinas que são as morfinas naturais. A seguir aparece a serotonina. Esta bloqueia a ação dos neurônios afetados, e tem papel na Analgesia do Tipo morfínico. As encefalinas e as endomorfinas têm vida efêmera e são destruídas.
Vias de Transmissão: o Arco Reflexo é constituído das vias aferentes dos centros nervosos e das vias eferentes. As fibras aferentes conduzem impulsos exteroceptivos (pele, Retina e orelha), proprioceptivos (músculos, tendões e articulações) e interoceptivos (vísceras). As fibras eferentes conduzem impulsos responsáveis pela motricidade voluntária e involuntária (automática e reflexa) e visceral (sistema nervoso autônomo). Considera-se no Sistema nervoso um contingente Somático e outro visceral. Nos ramos superficiais que vão para a Pele há predominância das fibras condutoras da Sensibilidade térmica, tátil e dolorosa, embora existam fibras motores viscerais que vão à musculatura lisa dos vasos, às glândulas sudoríparas e aos músculos piloelectores. Nos ramos profundos musculares estão as fibras condutoras da Sensibilidade à dor, tato e Pressão muscular, articular e tendiosa, além das fibras motoras musculares esqueléticas e fibras motoras viscerais destinadas à musculatura dos vasos. Nos ramos viscerais estão as fibras aferentes da Sensibilidade interoceptiva e eferentes viscerais. Na medula e no Encéfalo as fibras estão agrupadas de maneira que as de mesma natureza transmitam juntas. Impulsos dolorosos provindos de segmentos diferentes do organismo seguem juntos nos Órgãos centrais. Sistemas aferentes — o primeiro Neurônio destes sistemas, seja Somático ou visceral, tem seu Corpo celular no Gânglio sensitivo, espinal. O prolongamento destas células tem divisões em T indo um Ramo para a periferia e outro para o neuroeixo para logo fazer Sinapse com o segundo Neurônio da cadeia, o de associação. Este, por novas conexões simpáticas, atinge vários níveis do neuroeixo.
Vias exteroceptivas: condutoras da dor e Temperatura. Estas vias têm três neurônios: Neurônio I — o prolongamento Periférico das células que estão nos gânglios espinais conduz impulsos dolorosos provenientes de terminações livres e impulsos térmicos captados pelos corpúsculos de Ruffini (calor) e de Krause (frio). Estes impulsos penetram na medula pela porção Lateral das radículas dorsais dos nervos espinais e atingem a Substância gelatinosa do Segmento medular que adentram ou os adjacentes por meio de conexões. Neurônio II — pelos axônios das células da Substância gelatinosa, os impulsos dolorosos e térmicos cruzam o plano Mediano pela Comissura branca e atingem o Funículo lateral do lado oposto e seguem cranialmente até o tálamo pelo Tracto espinotalâmico Lateral. As fibras dos segmentos inferiores são mais periféricas pois, como há o cruzamento, as que vão se juntando posteriormente vão ficando mais medialmente. Neurônio III — pelos axônios das células dos núcleos talâmicos (núcleo Ventral póstero-lateral do tálamo), os impulsos dolorosos e térmicos passando pela Radiação talâmica vão ao girus pós-central do Córtex cerebral e assim tornam-se conscientes. A Sensibilidade dolorosa, térmica e tátil da Pele e Mucosa da Cabeça é veiculada pelo nervo trigêmeo e o primeiro Neurônio tem suas células no Gânglio Semilunar de Gasser. Dos músculos, tendões e articulações partem impulsos aferentes proprioceptivos que atingem o Córtex cerebral que, por esse fato, são conscientes. Os impulsos aferentes provenientes das vísceras são responsáveis pelo equilíbrio das funções vegetativas e permanecem no subconsciente. As dores dessa origem são vagas e mal localizadas e decorrem de irritação muito intensa. As vias interoceptivas constituídas também de três neurônios e com características de fibras e células especializadas para conduzir impulsos. O Corpo da Célula também está em gânglios espinais. O prolongamento Periférico passa pelo Ramo comunicante branco e nervos simpáticos e então ascende aos centros simpáticos do Encéfalo. As respostas reflexas desencadeadas por estímulos que determinam a dor, são veiculadas pelo Sistema extrapiramidal e diferem de acordo com a intensidade.
___ de Cabeça, (ref. Crendice popular) Infusão de cóculos, guaraná, uva do mato, Jurubeba e Pariparoba.
___ em repouso, Estado avançado de Isquemia do Membro.
Quadro instável e que evolui para a Gangrena ou regride para o estádio anterior, geralmente Claudicação Intermitente. O doente que vinha sofrendo lenta e progressivamente de todas essas perturbações, ou mesmo os que nada sentiam, podem apresentar intercorrência aguda e, a seguir, aparecer dor intensa, incoercível. Os doentes sofredores de dor em Repouso vão para o leito e apresentam-se profundamente abatidos, não conseguem dormir, passam a utilizar analgésicos cada vez mais potentes. Quanto à localização, o mais das vezes ela aparece em segmentos distais ao da sede da dor de esforços, mas, pode atingir também esse território e, quando o quadro é mais grave, pode ser mais extensa. A atitude de defesa, segurar e proteger o Membro doente, é muito comum. Na Ilusão do alívio pela posição pendente do membro, passa sentado a maior Parte do tempo, o que é desaconselhável por causar Edema. A etapa da dor em repouso, entretanto, não é duradouro, pois, a situação não permanece por muito tempo. Na eventualidade de uma compensação, o quadro volta ao estádio anterior, sempre porém, em condições piores, ou então a evolução é para a Gangrena.
___ fantasma, dor que o Paciente sente referindo-se ao território amputado.
Ocorre nos casos em que o Período de dor foi muito longo (quando aparece esta manifestação ela costuma desaparecer lentamente na razão direta do tempo que perdurou. É como se o longo Período de dor tivesse criado um centro da dor e o nervo seccionado ainda mandasse impulsos para ele. A secção cuidadosa do nervo, no ato da amputação, costuma dispensar o Tratamento com injeção de fenol no coto do nervo. A Incidência dessa dor não costuma causar problemas aos pacientes que, na maioria das vezes, não a referem ao médico mas, se este indagar, dez por cento dos amputados que não se queixaram, confirmam que já a sentiram.
___ isquêmica, trata-se de uma das mais graves formas de dor. Nos vários graus de intensidade de isquemia, é aguda ou trata-se de episódio Agudo de Caso Crônico. A dor se estabelece com o Paciente mesmo em Repouso sem fazer esforço e decorre de uma abrupta interrupção do afluxo de Sangue à zona de dor — dor em Repouso. Trata-se de situação transitória que, naturalmente, evolui para a Gangrena ou para situação de Claudicação Intermitente. Tudo vai depender, respectivamente, da delimitação da Gangrena ou das condições da Circulação colateral para garantir a vitalidade do Membro. O Tratamento da dor se impõe mesmo como preparo para Cirurgia de Restauração vascular com Eliminação de sua Causa. O Paciente deve ser sedado com analgésicos fortes ou as vias de Transmissão bloqueadas pela Anestesia peridural continua. A evolução para Gangrena implica em Amputação o que, também, resolve a dor. Há certos estados em que ela não é captada mas as sensações normais são percebidas - Analgesia - em outros, tudo desaparece, o Paciente nada sente em determinado SegmentoAnestesia - ou quando ele sente parcialmente ou tem a percepção exaltada ao roçar levemente os pelos ou a Pele - hiperestesia. A localização da dor bem como outras características possibilita definir com precisão onde está a interrupção da Circulação.
(ref. CID10) Dor abdominal e pélvica, (R10)
Dor abdominal intensa com rigidez abdominal, (R10.0)
Dor abdominal intensa generalizada, (R10.0)
Dor abdominal intensa localizada, (R10.0)
Dor aguda, (R52.0)
Dor articular, (M25.5)
Dor crônica intratável, (R52.1)
Dor de dente sem outra especificação, (K08.8)
Dor de garganta e no peito, (R07)
Dor de garganta, (R07.0)
Dor de gases, (R14)
Dor em membro, (M79.6)
Dor epigástrica, (R10.1)
Dor facial atípica, (G50.1)
Dor facial sem outra especificação, (R51)
Dor generalizada sem outra especificação, (R52.9)
Dor localizada em outras partes do Abdome inferior, (R10.3)
Dor localizada no Abdome superior, (R10.1)
Dor lombar baixa, (M54.5)
Dor lombar, (M54.5)
Dor na coluna torácica, (M54.6)
Dor não especificada, (R52.9)
Dor nas Costas sem outra especificação, (M54.9)
Dor ocular, (H57.1)
Dor pélvica e perineal, (R10.2)
Dor precordial, (R07.2)
Dor somatoforme, (F45.4)
Dor torácica ao respirar, (R07.1)
Dor torácica isquêmica, (I20.9)
Dor torácica, não especificada, (R07.4)
Dores psicogênicas da coluna vertebral, (F45.4)
Outra dor crônica, (R52.2).