Atendimento ao doente

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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Seja qual for a natureza da moléstia, é ela o fator que determina o encontro do médico com o Paciente. As manifestações clínicas, quando de natureza crônica, levam o doente a procurar o médico. Quando se trata de doente desfavorecido, certamente enfrentará uma fila, sem garantia de ser atendido pelo médico certo - e isso quando sua espera não é imediata, seja por haver o médico faltado, seja por estar em greve. Para nova consulta, todo o Processo é reiniciado. O Paciente mais abonado, que tem Plano de Saúde, Seguro saúde ou posses para custear seus gastos, tem outras condições de atendimento qualificado e até privilegiado. A urgência, entretanto, altera a sistemática, pois até os Serviços Públicos superlotados adotam o critério de prioridade em Função da gravidade do Caso. Esse comportamento, embora sugira certa humanização no Trato do doente, não é, entretanto, a conduta adequada, já que leva a que se perca a oportunidade de Tratamento correto, antes que o Estado do doente se agrave e enquanto as reservas orgânicas ainda poderiam propiciar-lhe uma boa recuperação. O grau de revolta do paciente, vítima das filas do atendimento público, é muito grande e não são raros casos de lipotomia e até Morte nas longas esperas, madrugadas após madrugadas. Assim, compreende-se facilmente uma reação que pode levar até ao desespero. As manifestações clínicas das doenças consideradas de urgência se resumem, na grande maioria dos casos, a poucos sinais e sintomas, porém sempre alarmantes e de instalação súbita e progressiva. Dominam este quadro a dor, a hemorragia, a falta de ar e a perda da Consciência do Paciente. As reações individuais a cada uma das manifestações referidas variam muito. O conhecimento prévio do problema, por Parte do paciente, ajuda a enfrentá-lo melhor. É conveniente uma explicação precisa, muito embora nunca deva ser completa, dependendo do grau de instrução e do Estado emocional em que ele esteja. Quando o Paciente já teve experiência Anterior e conhece a dor que espera suportar, tem mais forças para enfrentar o problema. O pavor do desconhecido costuma ser pior do que a dureza da realidade. Outra Aberração que a clínica diária nos mostra é que, mais do que a própria dor, é a expectativa do desconhecido que apavora o Paciente. A seqüela, a mutilação, afligem muito mais o Indivíduo do que o sofrimento da dor. Ele se angustia com a perspectiva de limitações no andar, nas suas funções, na sua subsistência. Paradoxalmente, esses elementos são fatores de mais Stress do que a própria Morte iminente.