Repouso

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
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Sin. hipocinesia.
O Repouso é uma das grandes armas terapêuticas de que se utiliza a medicina; entretanto, ele traz, embutidas em si próprio, múltiplas respostas nocivas. Algumas chegam a ser temidas por levarem o doente à morte, outras retardam sua recuperação, enquanto muitas causam enorme desconforto. As seqüelas do Repouso são basicamente de duas naturezas. A primeira delas decorre da duração e do grau de imobilidade e depende diretamente da Atrofia muscular resultante.
Atrofia muscular - A imobilidade do Músculo é responsável pela Atrofia e conseqüente diminuição do seu volume, facilmente visualizado, bastando comparar um Braço que ficou engessado com o outro. É evidente a diferença das massas musculares. O Paciente no leito perde peso porque seu Músculo parado se consome e, conseqüentemente, perde a força. Não havendo Músculo para contrair, o Indivíduo fica fraco. É notória a influência Agravante da Idade nesses casos. Quanto mais idoso, maior a Atrofia pois a Capacidade regenerativa das células diminui com o passar dos anos. Estima-se que na Criança ou no jovem o tempo de recuperação seja Equivalente ao de imobilização e que no idoso seja, na melhor das hipóteses, três vezes maior. As demais conseqüências do Repouso vão depender das Complicações que se instalam pelo funcionamento precário do Tecido imobilizado. Dois pontos fracos podem ser lembrados. A vulnerabilidade é progressivamente maior com a Idade e com o tempo de imobilidade. Para o lado da circulação, convém lembrar as flebites, mais corretamente chamadas de Trombose venosa profunda.
Trombose venosa profunda - O Repouso pleno decorrente da Anestesia durante algumas horas de operação pode ser suficiente para, associado a outros fatores, propiciar a instalação da Trombose venosa profunda - a temida Flebite. Guardar o leito uma ou mais semanas, seja por Complicações da operação ou por qualquer outro motivo, pode aumentar aquela Trombose que havia passado despercebida e, ao primeiro esforço do paciente, às vezes para evacuar, o Trombo se desprende e, caminhando pela veia, passa pelo coração, chega ao pulmão e, assim, mata subitamente o Paciente por Embolia pulmonar. O pulmão também é vulnerável.
Broncopneumonia - Os longos períodos no leito e o mais das vezes numa única posição, produzem em todos, porém mais intensamente no idoso, grande Dificuldade respiratória com conseqüente má ventilação pulmonar. As partes mais declives apresentam uma progressiva Estase e, como o pulmão é Órgão parenquimatoso e dos mais frouxos, conseqüentemente, sofre mais seus efeitos. A Função pulmonar fica prejudicada, uma vez que os alvéolos vão sendo tomados, a Hematose diminuindo e o líquido intersticial aumentando, criando-se, dessa forma, condições propícias para a Broncopneumonia. Casos especiais de pacientes com Amputação de Perna devem ser lembrados.
Insuficiência Vascular - A idéia exarada refere-se apenas a uma condição de imobilidade em que a Circulação está Normal e a musculatura íntegra. Considere-se, agora, o Caso de um Paciente com problema circulatório de um dos membros inferiores e, no Caso extremo, com uma Perna amputada. Quando for levantar terá que aprender a Andar com próteses ou com muletas. Evidentemente, nesse Caso ele precisa de muito mais força nos músculos que restaram e também de melhor coordenação psicomotora. O idoso, em tais circunstâncias, vai reaprender a andar, agora com muletas pois, dificilmente, conseguirá adaptar-se à Prótese. Não fossem suficientes essas dificuldades, é grande o Conflito emocional que domina a situação, abala muito o Paciente e a família que, algumas vezes, chega até a rejeitá-lo. A sobrevivência tolerável vai depender muito do grau de Controle emocional. Cabe ainda lembrar o desconforto que Causa a Constipação intestinal.
Constipação intestinal - O Repouso no leito, a Mudança do Hábito alimentar, agravado por circunstâncias peculiares à Doença e ao tratamento, condicionam, com freqüência, Prisão de ventre. O desconforto que ela Causa ao Paciente é responsável por uma das queixas mais freqüentes nas visitas médicas matutinas aos pacientes internados.
Força da reflexão - É mister que haja uma compreensão individual e coletiva da conveniência da prática da Atividade física adequada. Aliás, era a visão do legislador quando introduziu sua obrigatoriedade na Universidade brasileira. Concito todos a pensar sobre o assunto e decidir quanto a seus projetos de investimentos em suas reservas orgânicas para enfrentar a própria vida e suas vicissitudes. Aos que passarem incólumes, esse Hábito lhes dará melhor Qualidade de vida e aos que depararem com o Infortúnio e dispuserem de boa reserva orgânica mantida pelo Hábito de praticar constantemente Atividade física com intensidade, regularidade e duração conseguirão recuperar-se fisicamente. Todos, entretanto, encontrarão a qualquer momento na força da reflexão a energia extra que necessitar. Ver: Agressão cirúrgica, Levantar precoce, Imobilidade