Prevenção de acidentes

De Enciclopédia Médica Moraes Amato
Revisão de 17h13min de 11 de setembro de 2011 por Aamato (discussão | contribs) (uma edição)
(dif) ← Edição anterior | Revisão atual (dif) | Versão posterior → (dif)
Ir para navegação Ir para pesquisar

O Brasil, com uma população de quase cento e vinte milhões de almas, das quais mais de um terço vivem na zona rural, defronta-se permanentemente com o problema de prevenir a Morte das vítimas de acidentes por animais venenosos. Na tese de docência livre feita por um dos autores, estudou-se as lesões traumáticas das artérias e houve Contato com numerosos casos de acidentes, das mais variadas naturezas. Muitos deles causam violento impacto pelo Fato de serem facilmente evitáveis. Adultos e crianças perdem suas vidas ou ficam mutilados por Negligência. Sente-se que não há Consciência do real valor da vida. Os indivíduos não se cuidam e também não sabem respeitar a vida do seu próximo. A comunidade não está conscientizada para o significado da vida do cidadão ou da Criança. Muitas vezes as medidas governamentais são inoperantes, outras são ineficientes e, outras, mesmo, até inexistentes. Para não perder a oportunidade de relembrar, sempre na esperança de encontrar eco para tais apelos e, deixando de lado os acidentes do trabalho, para os quais governo e empresário estão atentos, serão enumerados alguns tipos de acidentes facilmente evitáveis, que observa-se com freqüência em um Serviço de Pronto Socorro. Em primeiro lugar, estão os acidentes decorrentes da Violência de certos esportes como o boxe, que tem matado, no próprio ringue, mais de uma centena de jovens atletas em pleno vigor da vida, além de marginalizar da sociedade uma multidão de outras vítimas. Uma verdadeira máquina mortífera é o tanque de lavar roupas pré-fabricado. Ele tem Base estreita e centro de gravidade elevado e que, nas casas mais humildes ou mesmo nas construções, é colocado no local definitivo sem ser fixado imediatamente e assim vem matando as crianças curiosas. Estas, conforme sua Idade e tamanho, apoiando-se em sua beira, tombam-no sobre sua cabeça, Tórax ou abdome, quase sempre produzindo acidentes fatais. Outro Acidente corriqueiro em Pronto Socorro é o decorrente da ingestão de Medicamentos de adultos ou de material de limpeza (soda cáustica, creolina, etc.) deixados ao alcance de crianças ou guardados em frascos trocados. Além deste Tipo de acidentes as crianças costumam, com muita freqüência, ingerir plantas tóxicas ou sofrer mordidas, atacadas por animais criados nas imediações das suas casas. As queimaduras também são muito comuns e, quase sempre, são ocasionadas por descuido de quem delas está ou deveria estar tomando conta. Os acidentes de trânsito, embora em nosso meio ainda apareçam com cifras elevadíssimas, já estão apresentando números relativamente mais baixos. Esta tendência certamente é devida ao Fato de o transporte coletivo de massa estar sendo feito em condições de extrema segurança pelo Metrô e, também, graças às medidas coercitivas de trânsito, cada vez mais rijas, em Implantação nos últimos anos, em São Paulo. Toda esta sinistra multidão de vítimas de Morte por acidentes ajuda a colocar o brasileiro em condições de inferioridade diante daqueles de países desenvolvidos, onde o tempo de vida média chega a setenta e dois anos. Na América Latina, a previsão é não chegar à barreira dos setenta anos. É bem verdade que ainda assim estamos bem melhor que aqueles que vivem na África, onde a vida média é pouco Superior a quarenta anos. Estes dados foram referidos pelo ex-ministro Paulo de Almeida Machado, por ocasião da homenagem prestada ao Professor Walter Leser como sanitarista do Ano da Faculdade de Saúde pública da Universidade de São Paulo. Entretanto, não é vantagem estar melhor do que a África no que tange à previsão de tempo de vida. Também, por outro lado, os estudos das lesões traumáticas das artérias, referidas no início deste capítulo, os dados só eram comparáveis com os dos países civilizados obtidos, aliás, durante a Guerra. Aqui cabe uma indagação. Que civilização é esta que precisa manter Guerra de verdade? Nós, graças ao subdesenvolvimento, não precisamos fazê-la de verdade. Temos nossa Guerra crônica. Esta é menos alarmante e, aparentemente, de menor repercussão. Por este motivo, parece que impressiona menos. Mas, lamentavelmente, mata mais e sempre. Feitas estas reflexões, resta agora arregimentar mais armas e soldados para combater a Guerra crônica. Temos em mãos um livro que será mais uma Arma para ajudar em tal batalha. A publicação Acúleos que Matam tem os seguintes capítulos: As lacraias venenosas; Domesticando os escorpiões; A vida amorosa dos escorpiões; O escorpião se mata?; No mundo das aranhas. A armadeira - a aranha mais perigosa do mundo; Compramos 30.000 tarântulas; Caçando viúvas-negras; A aranha Homicida; Teias psicodélicas de aranha; As aranhas caranguejeiras; Aranhas européias e africanizadas; Sucuris, jibóias, caninanas e boipevas; As cobras hipnotizam?; Extrair o Veneno de uma serpente; Gilda e outras corais; Sou a cascavel; As Bothropos e surucucu; Vital Brasil e as serpentes; e Tratamento médico dos acidentes. Saliente-se a necessidade de todo e qualquer médico conhecer minuciosamente o capítulo Tratamento médico dos acidentes por picada de cobra venenosa, aranhas e escorpiões. Este capítulo foi escrito pelo médico Orpheu D'Agostini que ensina: como prestar os primeiros socorros; classificar os animais venenosos; quais os soros existentes, e dá as normas gerais e específicas para o Tratamento do acidentado. Refere-se ainda aos problemas eventuais na soroterapia. É importante o atendimento rápido com emprego de Soro específico, a importância de capturar o animal para identificação, o que permitirá usar Soro adequado. Pela alta freqüência de acidentes ofídicos em nosso País, os três tipos de soros: 1- Soro anticrotálico para acidentes com cascavel; 2- Soro antibotrópico para acidentes com jararaca, urutu, caiçara, jararaca-de-rabo-branco, jararacuçu, cotiara e outras; e 3- Soro antiofídico polivalente (mistura dos dois soros anteriores), para ser usado quando não se tem Identificação da cobra venenosa; deveriam estar sempre à mão em excursões pelo interior, em pescarias, caçadas, nos reflorestamentos, nas queimadas, etc. Relata ainda que os acidentes com aranhas Loxosceles, cobra coral venenosa ou surucucu podem vir a ser sérios e mortais e que os soros específicos não se encontram no mercado.