Alípio Corrêa Netto
Médico, nascido em Cataguazes, Minas Gerais em 1897 e falecido em São Paulo em 1988.
Fez o Curso de medicina em São Paulo onde conquistou, em 1935, por concurso, a Cátedra de Clínica Cirúrgica na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Publicou o maior e melhor livro didático de Clínica Cirúrgica revelando a experiência de todo seu Serviço na Santa Casa de Misericórdia e depois no Hospital das Clínicas em cinco volumes e que está na terceira edição.
Publicou trabalhos inéditos sobre megacólon e megaesôfago mas, mais do que isso, “publicou homens”. Zerbini foi seu discípulo. Numerosos professores da própria Universidade de São Paulo e de outras faculdades tiveram sua formação profissional sob sua orientação.
Seu espírito público o levou à política e presidente durante vários anos do PSB foi candidato à Presidência da República.
Distinguia-se pela sua habilidade cirúrgica principalmente por conseguir ótimos resultados em casos graves.
Integrou, como Tenente Coronel Médico, o Corpo Expedicionário Brasileiro, nos campos da Itália, na Segunda Guerra Mundial. Um Fato entre muitos distinguiu sua passagem pelas tropas Aliadas. Ele observou que o tempo de remoção do ferido, da trincheira ao hospital, era demorado devido não só à distância entre o local onde ocorria o Ferimento e o Hospital em que o Paciente seria tratado, como também à Dificuldade de transporte sob o fogo inimigo. Tal demora obrigava muitas vítimas a permanecerem longo Período de tempo em Choque hemorrágico, o que tornava o quadro irreversível, levando o Paciente à Morte. Atento, interessado na Solução do problema e encarando-o com espírito científico, considerou que, se o paciente, naquelas condições e portanto com menos Sangue circulante, recebesse Oxigênio sob pressão, as hemácias restantes ficariam saturadas e a Perfusão tecidual resultante seria beneficiada,. Propôs então ao Comando que se instalasse em cada ambulância um torpedo de Oxigênio para permitir que o ferido atendido fosse oxigenado imediatamente.
Tal sugestão foi adotada e introduzida no Manual de Saúde do Exército Aliado. Esse Fato valeu-lhe a condecoração de Bronz Star pelas inúmeras vidas que salvou.
Todo médico tem o dever de manter seus conhecimentos Médicos sempre atualizados e de aprimorar, constantemente, sua cultura humanística, para ter uma visão geral dos problemas. Munido de grande Base cultural, atento aos problemas que se repetem às suas vistas, e treinado a encarar tudo com espírito científico, saberá interpretar os fatos novos e, talvez, até, solucioná-los para o bem de seu Paciente ou da comunidade.